Quitandinha faz 70 anos como um dos cartões postais de Petrópolis

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 Por Ariane Nascimento



Inaugurado em 1944, uma das construções mais belas e de patrimônio cultural logo na entrada da cidade de Petrópolis, o Hotel Quitandinha comemora neste mês 70 anos de existência. Além de impressionar pela beleza e majestade, o local, após todos estes anos, ainda hoje atrai inúmeros visitantes encantados com seu padrão arquitetônico com 50 mil metros quadrados, seis andares, 440 apartamentos e 13 grandes salões com até 10 metros de altura.
No auge da segunda guerra mundial estava sendo construído o palácio, na época para abrigar um cassino. O idealizador de todo o processo foi Joaquim Rolla, que já era proprietário de diversos ambientes do mesmo tipo, no Rio, Teresópolis, Pampulha, Araxá e, inclusive, do Cassino Tênis Clube, onde hoje é o Clube Petropolitano. Quem conta toda essa história é o empresário Luiz Boralli Garcia, que atualmente está empenhado em escrever um livro sobre a história do local. Ele trabalhou como administrador do Palácio de 1963 até 1987 e neste tempo, juntou depoimentos de pessoas que trabalhavam na época de sua fundação.
“Em 1939 o hotel começou a ser erguido, com 1.200 operários vindos de toda parte do Brasil, principalmente de Minas Gerais. Joaquim Rolla tinha tinha uma visão futurística extraordinária e grande parte do material para a construção veio de fora do país, como os vidros, mármores e ferragens, isto acabou atrasando as obras”, disse Luiz.
Como o custo foi muito alto, Joaquim decidiu, em 1942, agilizar a construção do lado esquerdo do Palácio, para que pudessem inaugurar apenas como cassino. A inauguração com recepção de diversas autoridades, inicialmente, estava marcada para o dia 23 de janeiro de 1944, no entanto, devido a queda do lustre do Salão Azul, precisou ser adiada.
A recepção aconteceu apenas no dia 12 de fevereiro do mesmo ano, com pouco das obras terminadas: A Big Boite para 240 pessoas, o Grill Room, hoje chamado de Salão Marconi, a cozinha provisória, atual bar americano, o Salão Mauá, a Torre que onde o carteado acontecia, 100 apartamentos, piscina térmica, gaiola e a galeria das estrelas e o restaurante do Lago.
“A recepção do hotel não ficava onde conhecemos hoje, mas sim na lateral do palácio. Podemos concluir que nem um terço das obras estava terminado na época da inauguração. Como era uma inauguração parcial, não havia ainda acomodações para crianças e domésticas”, explicou Luiz.
No dia da recepção estavam presentes diversas autoridades como o prefeito de Petrópolis na época, Marcio Alves e o governador interventor Amaral Peixoto. Com toda pompa que merecia, a festa foi transmitida ao vivo pela Rádio Tupi. Com início às 21:30 horas, houve queima de fogos e o tradicional jantar. Após muitos discursos, os convidados aproveitaram o baile dançante até o amanhecer, embalados pelos shows de Vogue 44 com Jan Clayton, Ray Vetura, Madeleyne Rosay, Imma Sumack, Mariquita Flores, Antônio de Córdoba e Grande Otelo.


Proibição do jogo no Brasil

Na construção do lago foi usada uma grande quantidade de areia da praia de Copacabana.
O lago em toda a extensão de sua imponente fachada possui o formato do mapa do Brasil e foi construído como único suporte viável no caso de um inesperado incêndio.
Passaram por seus salões estrelas do porte de Errol Flynn, Orson Welles, Lana Turner, Henry Fonda, Maurice Chevalier, Greta Garbo, Carmen Miranda, Walt Disney, Bing Crosby e até um rei destronado (Carol II da Romênia). E políticos como Getúlio Vargas e Evita Perón, quando da Conferência Interamericana de 1946. Nas suas dependências ocorreu a assinatura da declaração de guerra dos países americanos ao Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial. Realizou-se também, em 1957, a 16ª Conferência Mundial de Bandeirantes, que contou com representantes de 23 países Associados à Word Association of Girl Guides and Girl Scouts  (WAGGGS).
Em 30 de maio de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra decretou a proibição do jogo no Brasil e o Quitandinha a partir da década de 1960 começou a ter dificuldades para sobreviver somente como hotel. Seu padrão exigia alto custo a seus hóspedes e sem o cassino começou a perder para concorrentes da época localizados mais próximos das classes mais abastadas e das maiores esferas de poder, como o Hotel Glória e o Copacabana Palace Hotel. Em 1962 o Palácio Quitandinha deixava de funcionar como hotel.
Seus apartamentos foram vendidos por Joaquim Rolla a partir de 1963, e o famoso hotel tornou-se então um sofisticado e singular condomínio na cidade de Petrópolis. Sua parte social de lazer e eventos foram agregados ao Condomínio.
Atualmente o Condomínio possui parque privativo, paisagístico, piscinas, boliche, patinação no gelo, teatros, seu lago no formato do Brasil e restaurantes.
O Palácio Quintandinha ainda é conhecido como o maior e mais legítimo palácio do Brasil e, ao lado do Colón (Argentina), como os maiores da América Latina.

Fonte: Redação Tribuna

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