Por Mario Cezar Nogales
Por acaso alguém já parou para pensar quando e por que esta ideia de dobrar a ponta do papel higiênico surgiu e qual a razão de ser adotada praticamente em todos os meios de hospedagem?
Fato é de que até hoje estou pesquisando o surgimento desta dobra no papel higiênico, mas o que é interessante sobre este artigo que ele foi praticamente inventado pelos chineses no formato que temos hoje e não conseguimos imaginar uma sociedade que não tenha este artigo. Recentemente na Venezuela, por conta de um governo esdruxulo semelhante ao que estamos retirando do poder aqui no Brasil, seus cidadãos tiveram este artigo controlado pelo governo e pasmem, cada família tem o direito de apenas um rolo de papel higiênico por semana e quando imaginamos isto ficamos indignados, logo somos uma sociedade quase que dependente deste artigo e nem nos passa pela cabeça ficar sem ele.
Em nosso caso, profissionais hoteleiros, nossa missão é o de dar o melhor conforto aos hóspedes para que tenham uma noite de sono tranquila e nisto temos a obrigação de fornecer os melhores produtos para sua higiene pessoal, com isto nunca nos esquecemos do papel higiênico e tomamos o devido cuidado com a qualidade que ele tem, tanto que inventamos a dobra nele que serve para o seguinte:
1) Melhorar a apresentação
2) Dar a ideia de que o hóspede é o primeiro a utiliza-lo
3) Reaproveitar os rolos que não foram inteiramente consumidos.
Imagine que quando chegamos a um maio de hospedagem onde não encontramos esta dobra já imaginamos que “o serviço não deve ser lá estas coisas” e quando falta papel higiênico então, justamente naquela hora que mais precisamos, saímos aos berros em busca do gerente e por isto mesmo que sempre se colocam dois rolos a disposição dos hóspedes.
Falando em qualidade, você já parou para pesquisar sobre a qualidade do papel higiênico? Seu processo de escolha não é tão simples como pode parecer. No mercado as escolhas deveriam obedecer a critérios técnicos, mas o que se observa, na prática, é que o preço do produto é muitas vezes o fator determinante da escolha, contudo a maneira correta é o de conhecer as principais características destes produtos, comparar as diversas marcas com relação a estas características e, somente depois disso, usar o critério do preço para uma decisão de compra. A mais básica das considerações é a escolha entre um papel de fibras virgens e um de fibras recicladas e, a partir daí, deve-se levar em consideração as seguintes características:
Absorção
Um bom papel deve absorver rapidamente a água. Neste aspecto, os papéis fabricados com fibras de celulose virgem apresentam, em geral, resultados melhores: a água não só é absorvida com muito maior rapidez como também o papel não se esfarela, uma vez molhado. Já os papéis reciclados, por serem produzidos com massa de papel bastante heterogênea (aparas de diferentes fontes e origens) não apresentam a mesma eficiência. É comum se observar nos papéis reciclados uma grande dificuldade na absorção da água que se espalha de um lado para outro do papel, sem nenhuma ação de secagem.
Resistência ao úmido (R.U.)
O papel higiênico tem que ter um RU baixo, para que suas fibras se desagreguem rapidamente em contato com a água (hidros solubilidade), evitando entupimentos nos vasos sanitários e redes de esgotos.
Gramatura
A gramatura em si não determina a qualidade do papel. Produtos fabricados com 100% de celulose virgem podem trabalhar com gramaturas mais baixas devido à sua qualidade (alta absorção, elevado RU e adequada resistência mecânica). Já os papéis reciclados, devido à falta de homogeneidade das aparas das quais se constituem, tendem a ter uma gramatura maior para compensar a falta de adequada resistência mecânica à tração.
Suavidade
Quanto maior a quantidade de material reciclado, maior a aspereza do papel. A suavidade do papel-toalha não se confunde com a maciez do papel higiênico. Neste, usa-se um tipo diferente de fibras e aditivos específicos para obtenção desta característica.
Brancura
Não é o grau de brancura que determina a qualidade do papel, pois, principalmente nos papéis reciclados, são usadas grandes quantidades de alvejantes ópticos para “maquiar” a aparência dos diversos tipos de aparas utilizadas. Na Europa, por exemplo, o consumidor prefere um papel mais amarelado, já que esta coloração reflete melhor a característica natural da celulose virgem.
Análise Microbiológica
Fabricantes idôneos e comprometidos com a qualidade possuem testes de irritabilidade e de análise microbiológica cobrindo seus produtos. Estes testes são de fundamental importância em função do contato íntimo que tais produtos têm com o corpo humano.
Somente após a conclusão de uma criteriosa avaliação técnica do produto é que se pode iniciar a fase de escolha do fornecedor e de definição do preço justo para o mesmo.
E a questão da dobra no início do rolo, seu hotel mantem o padrão ou inova?
Há meios de hospedagem que são tão minuciosos que até mesmo colocam um adesivo colorido na ponta da dobra para garantir que ela não se desdobre, vejam alguns exemplos:
As opções são muitas e se especializar nisto é uma arte conhecida como “Origami” uma arte tradicional da cultura japonesa que consiste em fazer dobraduras com pequenos pedaços de papel. Animais, elementos da natureza, objetos e figuras humanas são produzidos através das dobraduras.
Agora que você tem mais opções lembre-se sempre que hotelaria é surpreender positivamente o hóspede
Até a próxima
Mario Cezar Nogales é consultor especializado em hotelaria e autor de cinco livros para o trade, contato através do site www.snhotelaria.com.br