Recentemente, a cidade de Bilbao, na Espanha, recebeu o primeiro Underwater Wine Congress, um fórum de discussão sobre vinhos envelhecidos sob a água. O evento reuniu cerca de 50 pessoas no Itsasmuseum, centro de história naval da cidade, e discutiu diversos pontos desse curioso nicho de mercado.
Falou-se sobre vinhos que envelheceram por séculos em navios afundados e também sobre os desafios dos novos produtores que estão usando esse conceito de mergulhar vinhos no fundo do mar. A Crusoe Treasure, a vinícola que organizou o congresso, começou sua produção há 10 anos.
Enólogos argumentaram que há, sim, peculiaridades nos vinhos envelhecidos debaixo d’água e isso inclui uma aceleração do processo de envelhecimento – potencialmente produzindo vinhos mais suaves e complexos em menos tempo.
“Tenho que admitir que fiquei um pouco cético antes de experimentar o vinho envelhecido debaixo d’água. Mas fiquei muito empolgado com a evolução. Era como se estivessem na garrafa por mais um ano, com certa maturidade”, afirmou Marilena Bonilla, da Bodega Protos.
A preocupação geral no congresso era com os imitadores, que, segundo os produtores presentes, não produzem vinho de suas próprias vinhas, nem têm licenças para suas operações submarinas e, por fim, não realizam um controle detalhado das condições.
“Toda vez que estamos no noticiário, 20 ‘visionários’ dão uma entrevista ao redor do mundo e dizem que estão fazendo o mesmo. Mas o que eles fizeram foi jogar um pouco de vinho no mar”, disse Borja Saracho, cofundador da Crusoe Treasure.
“Existe a oportunidade de desenvolvimento em muitas frentes: enológica, ambiental e em torno do turismo. Mas deve haver regras e procedimentos em vigor”, completou Saracho, falando sobre o potencial do setor.