Com mais de mil empresas registradas em 2020, aumenta a demanda por especialistas como o sommelier
Nos último cinco anos, o Brasil está se consolidando como exportador de vinhos e em 2020, os números comprovaram a qualidade do produto e o interesse dos importadores. A produção nacional teve alta de 32,4% e o volume comercializado foi de 501,1 milhões de litros, informou a consultoria Ideal Consulting*.
Outro ponto que merece destaque é o número de empresas registradas no mercado interno: 1003, sendo que 66% estão localizadas no estado do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional. As importadoras também cresceram nesse período, passando de 491 para 575 novos negócios.
Os dados econômicos podem ser analisados a partir de alguns fatores: preço competitivo do produto nacional (qualidade e menor custo do que o importado), aumento da oferta no e-commerce e o consumo do produto em casa, em razão das medidas de isolamento social estabelecidas pela pandemia do novo coronavírus.
Mercado profissional
O aumento na demanda do setor produtivo contribui para crescimento na oferta de trabalho de profissionais especializados em vinho, como é o caso do sommelier. Entre as tarefas realizadas estão a apresentação de cartas de vinhos (restaurantes, bares, empórios), controle de estoque dos produtos, monitoramento do ambiente e prova das bebidas antes que sejam consumidas pelo cliente final.
Na avaliação de Ken Francis Kusayanagi, docente no curso livre de Introdução aos Vinhos do Senac EAD, é importante que o sommelier adquira informações de vinificação, estilos de vinhos, denominações de origem e castas, por exemplo. “Quando pensamos em conhecimentos mais específicos faz-se necessário reconhecer os principais rótulos que o estabelecimento comercializa, as séries e safras e um pouco da história e curiosidades das vinícolas”, explica.
O especialista alerta que muitas pessoas costumam confundir o sommelier com o enólogo e esclarece: “O sommelier lida com o produto já engarrafado, sugere vendas, cuida do armazenamento, informa o cliente e pode sugerir harmonizações. Já o enólogo é o engenheiro do vinho, desde o campo até a sua produção, é ele quem decide a forma e o estilo do vinho, proporções usadas nos cortes, uso de barricas de carvalho e métodos de vinificação”.
Conhecendo o produto
Ken destaca algumas informações que podem ser aproveitadas por consumidores que apreciam vinhos e desejam realizar boas aquisições. “O primeiro ponto é saber que o vinho é uma bebida viva, e em muitos casos sofre transformações. Nem todo produto envelhece bem, e aqueles que o fazem, exigem cuidados no armazenamento, temperatura e exposição à luz. Fazer uma correta leitura do rótulo ajuda na compreensão e na escolha da bebida”, recomenda.
Os cuidados com armazenamento também são fundamentais para manutenção do vinho, visto que a bebida não se adapta em ambientes com muita luminosidade ou alta temperatura. O ideal é preparar um espaço com pouca luz, baixa vibração e menos de 20°C. Investir em uma adega climatizada é uma ótima saída, mas, se o investimento for alto, a recomendação é guardar a garrafa em armário distante do sol ou na geladeira (se for consumir em curto tempo).
Outra informação muito pesquisada pelos consumidores é a harmonização dos vinhos com determinados alimentos. De acordo com o docente do Senac EAD, alguns fatores precisam ser levados em consideração sobre essa ação. “O primeiro ponto a ser observado diz respeito às combinações clássicas de pratos regionais com seus vinhos locais. O segundo fator versa sobre a harmonização por similaridade, no qual aspectos olfativos e gustativos estão ligados aos produtos. E, finalmente, a harmonização por contraste, na qual vinho e comida são diferentes, mas se completam, como, por exemplo, os queijos azuis com o vinho do Porto”.
Questionado sobre a combinação ideal de vinhos e proteínas, o especialista destaca que muitas regras mudaram em razão de novos produtos e descobertas. “Hoje em dia caiu muito aquele conceito de carne branca com vinho branco e carne vermelha com vinho tinto. Isto porque outros fatores são levados em conta, por exemplo: molhos utilizados, untuosidade, formas de cozimento e ingredientes que fazem parte do prato. Um exemplo clássico é a harmonização preferencial de alguns preparos com bacalhau e vinhos tintos, ou mesmo com carne vermelha crua e vinhos rosés e até brancos gelados”, finaliza.
Interessados em adquirir mais conhecimentos sobre o mercado de vinhos podem se inscrever nos cursos livres de Introdução aos Vinhos e Enogastronomia. Clique no link e obtenha mais detalhes.
Fonte: Ideal Consulting* http://idealbi.com.br/webinar-revela-os-numeros-do-vinho-em-2020-e-premia-os-destaques/
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