O Dia Nacional do Turismo, celebrado no próximo sábado (8), sempre foi uma data de muita alegria para o setor. Nosso trade conseguiu consolidar o seu nome dentro da economia por meio do trabalho árduo realizado em todas as regiões brasileiras.
Este fato pode ser corroborado por meio do estudo realizado pelo World Travel & Tourism Council (WTTC), em 2019, responsável por indicar o Brasil como o quinto país no mundo onde os gastos com viagens e turismo têm o maior impacto no Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Claro que, com tamanha beleza natural, as atividades turísticas ganham vida sem complexidades. Contudo, é inegável destacar a necessidade existente em intermediar o contato do turista com cada localidade. Não basta apenas viajar. Portanto, os profissionais da área atuam constantemente para que a experiência seja agradável, positiva e sem dores de cabeça.
A partir do momento em que o turista sai de casa, rumo ao desconhecido, em busca de se aventurar no próprio país, nós, do segmento, entramos em ação. O deslocamento, a logística para hospedagem, os meios de alimentação e os mais variados tipos de entretenimento estão relacionados ao nosso trade. Sem turismo não há vida e nem renda para inúmeras famílias que atuam neste meio.
O ser humano foi feito para descobrir novos ares. Por essa razão, a atividade do setor é tão requisitada, o que chama atenção para duas coisas que marcam o nosso trabalho: geração de empregos e qualidade de vida.
Antes da chegada da Covid-19 ao nosso país, o segmento passava por um bom momento. Apenas de janeiro a setembro de 2019, ultrapassamos a marca de R$ 112 bilhões em faturamento, indicando um aumento de 3,9% em comparação ao mesmo período no ano de 2018. Entretanto, quando a infecção viral adentrou os nossos dias, a situação mudou.
Ao contrário do que era esperado, iniciamos o ano de 2021 com prejuízos acumulados em R$ 312 bi, sendo que a operação do setor chegou a março com apenas 45% da sua capacidade mensal de geração de receitas. Nós tínhamos o entendimento de que as perdas seriam grandes, todavia, a situação se apresenta de forma muito mais delicada.
O cenário em que estamos é totalmente diferente. A expectativa geral do trade é de que consigamos retomar os nossos níveis pré-pandemia apenas no fim de 2022. Mas até para isso ainda há um fator crucial: o processo de vacinação em âmbito nacional e, também, mundial. De modo geral, os próximos meses não serão tão diferentes no que diz respeito a prejuízos. Ainda estamos longe de aplicar a vacina em grande parte da população, o que atrasa cada vez mais as perspectivas de retomada.
Temos consciência de como este período é turbulento. Levanta incertezas, medos e desconfianças, mas não podemos estagnar, esperando que a imunização seja a única chave para que o nosso setor não decaia de vez.
Nosso esforço, atualmente, está concentrado em manter nossos empresários em atividade. Estamos defendendo os direitos do turismo brasileiro que, sem dúvidas, é um dos segmentos mais afetados dentro dessa crise pandêmica. Não vamos desistir de movimentar a economia. Somos incapazes de deixar tantas famílias sem renda. A luta que estamos enfrentando agora é em prol de benefícios que auxiliarão cada empresa que atua na área.
Este Dia Nacional do Turismo será diferente de todos os outros. Devemos comemorar, sim, pois chegamos até aqui, dando o nosso melhor. Foi essa determinação que nos levantou como referência econômica no Brasil e, com essa mesma garra e perseverança, conseguiremos reerguer um dos maiores segmentos desse país. Não deixem de acreditar no nosso potencial. Aos poucos, nos reconstruiremos.
*Presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).