Levantamento mostra que atividades de transporte, hospedagem, alimentação e entretenimento voltadas para turista devem investir em tecnologia e estruturas que permitam o distanciamento entre as pessoas e garantam higienização
ADAMO BAZANI
Tão aguardada para 2021, a recuperação das atividades ligadas ao turismo, como transporte, hospedagem, alimentação e entretenimento, só deve ocorrer mesmo em 2022.
É o que mostra uma pesquisa do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) no Rio de Janeiro divulgada nesta segunda-feira, 17 de maio de 2021.
O faturamento como nos níveis anteriores à pandemia só retorna no ano que vem, mesmo que 100% da população brasileira estejam imunizadas contra a covid-19 até dezembro, muito embora, a vacinação é fundamental para o setor voltar a pensar em ter resultados realmente positivos.
Segundo o estudo, uma coisa é certa: o turista voltará com novas exigências e o setor vai ter de se adaptar a isso. Os protocolos de segurança e higiene, além de tecnologia devem fazer parte dos planos de investimentos das empresas, sejam de ônibus, vans, hotéis, pousadas, restaurantes, lojas especializadas entre outros.
De acordo com o estudo, segundo nota da instituição, para que as empresas do setor voltem a faturar, elas terão que adotar os protocolos de segurança e aderir às novas tecnologias com o intuito de garantir aos clientes mais confiança no empreendimento. Como inovações sugeridas pelo estudo do Sebrae, estão a inclusão de check-in e check-out digitais, identificação digital, pagamento por aproximação, internet das coisas, realidade virtual e inteligência artificial.
“Esse as empresas do trade turístico e ajuda na elaboração de políticas públicas que permitam que o turismo material orienta volte a ser uma das principais fontes de recursos e de geração de empregos, tanto no Rio de Janeiro quanto no resto do país”, ressaltou o presidente do Sebrae, Carlos Melles, na mesma nota.
O diretor-superintendente do Sebrae Rio, Antonio Alvarenga, disse também que alternativas tecnológicas que possibilitem pouco contato devem estar no foco das empresas
“No período pré-Covid, o turismo representava 3% do PIB do Estado do Rio de Janeiro e era o destino preferido de 40% do total de turistas do país. Para fugir da crise, o empreendedor precisa encontrar as melhores estratégias que façam a diferença no seu negócio. A aproximação com o cliente; a diversificação do portfólio; adoção de mecanismos que assegurem ao cliente segurança sanitária; utilização de tecnologias que possibilitem o Low Touch (pouco contato); a implantação de serviços de tendências e uma organização para lidar com necessidade de adiamentos, cancelamentos de reservas são caminhos que o empresário deve seguir. Para acompanhar essas mudanças, os empreendedores podem contar com o nosso apoio. Elaboramos um conjunto de soluções e conteúdos para ajudá-los a passar por esse momento”,
Passeios personalizados estarão cada vez mais entre as exigências do turismo de luxo, juntamente com turismo gastronômico, prestação de serviços exclusivos de bem-estar, aluguel de suítes para microcelebrações ou de espaços inteiros e a oferta de passeios personalizados. O Turismo de Charme também é uma boa oportunidade para atrair turistas, segundo a nota.
VIAGENS CURTAS:
A recuperação do turismo deve começar pelas viagens curtas, de até três horas por rodovias ou avião.
As exigências de proteção sanitária começarão já nos traslados, por isso, empresas de ônibus, vans e aviação devem investir mais em equipamentos que deem esta segurança ao turista.
“Com a pandemia do coronavírus, o turismo nacional precisará se reinventar. As pessoas têm procurado viajar para turistas lugares mais próximos e que ofereçam recursos naturais, como praias, cachoeiras, reservas e parques. Além disso, a execução de ações de impacto social pode ser um diferencial para atrair novos”, pontua o presidente do Sebrae.
Encarroçadoras de ônibus criaram pacotes de itens como três fileiras de poltronas individuais em vez de duas fileiras de duplas, suportes para álcool em gel, divisórias e cortinas entre os assentos, sistemas de tratamento no ar-condicionado, entre outros.
Vale ressaltar que boa parte das empresas de ônibus e vans voltadas ao fretamento e turismo é de médio ou pequeno porte.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes