Turismo busca sobrevivência em meio às restrições de atividades dentro do setor

por Alexandre Sampaio*

Alexandre Sampaio – Créditos Pedro Gelio

 

 

Doa a quem doer, mas o Turismo não suporta mais falências e restrições de funcionamento. Recentemente, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicou que o trade teve a maior queda anual de estabelecimentos desde o ano de 2016, época em que a recessão brasileira ainda apresentava forte influência na economia do país.

Ao todo, tivemos uma perda de 35,5 mil empreendimentos. Esse valor representou um recuo de 13,9% em relação ao total de unidades em operação, no Brasil, em 2019. Os bares, restaurantes e similares – líderes no déficit de atividades – acumularam o fechamento de 28,61 mil empresas. Na sequência, o segmento de hospedagens se destacou com as falências dos estabelecimentos, que chegaram à casa dos 3,04 mil.

Desde o início da pandemia desencadeada pela Covid-19, nossos empresários não mediram esforços para manter as suas operações de forma segura e consciente. Desenvolvemos cartilhas, instruímos os funcionários e fomos atrás de inovações para o setor. Entretanto, independente da medida adotada, fomos culpabilizados pelo alto índice de transmissão da infecção viral nas regiões brasileiras.

Perdemos a conta de quantos decretos entraram em vigor nesse último ano, impedindo o funcionamento completo dos empreendimentos e limitando o recebimento de clientes em seus espaços. Todavia, nunca houve uma apuração real sobre como nos preparamos para esse momento pandêmico. Aglomerações e descumprimento de normas sanitárias não devem ser associados ao nosso comércio e, por tal razão, não admitimos mais fechamentos relacionados ao nosso setor.

O trade turístico buscou implementar, de forma prudente e rígida, protocolos fitossanitários das autoridades nacionais e, até mesmo, internacionais. Várias empresas focaram em treinamentos frequentes para adequar suas equipes à nova realidade que estamos enfrentando. Além disso, também houve um forte investimento em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), incluídos para o convívio seguro com o público.

Nós estamos fazendo a nossa parte. Contudo, precisamos de um retorno governamental também. Sabemos que o setor só poderá planejar a sua retomada quando as vacinas forem aplicadas em larga escala. Esse debate não é recente e, por isso, defendemos constantemente a imunização como um fator determinante para salvar vidas e, igualmente, a economia brasileira.

O trabalho que desempenhamos é vital para a sociedade. Quando um estabelecimento encerra a sua atividade, não se trata apenas de um comércio que deixou de existir. Na verdade, o problema vai além dessa visão superficial, pois engloba os empregos de pessoas que dependem, diretamente, do serviço desempenhado pelo local.

Ao todo, contabilizamos o desligamento de 12,8% de postos formais de trabalho apenas em 2020. Tudo isso, devido aos fechamentos constantes dos estabelecimentos que, de tanta incerteza e ausência de circulação de pessoas, não resistiram. É um dado extremamente triste, porém, real.

Nosso apelo, nesse momento, é para que os governos tenham empatia pela situação que estamos enfrentando. Não conseguiremos evitar mais prejuízos sem o apoio externo. Somos sinônimo de alegria, renda e empregabilidade. Suplicamos, portanto, por um olhar mais delicado para as milhões de empresas que buscam fôlego em meio ao tsunami econômico que estamos atravessando.

*Presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

Divulgação: Proativa Comunicação

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