Hotel na selva é o destaque do turismo na mostra internacional de arquitetura

O projeto de módulos arquitetônicos buscou equilibrar as relações entre espaços abertos e fechados | Foto: Atelier Marko Brajovic/Divulgação

 

Projeto do Ateliê Marko Brajovic mira na sustentabilidade e será instalado às margens do rio Negro até 2024

Na 17ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, aberta ao público presencial em 22 de maio, um projeto de turismo marca presença. O Atelier Marko Brajovic exibe nove projetos de arquitetura, educação e comunicação na exposição “Amphibious – Vivendo entre a Água e a Terra na Amazônia”, entre eles o hotel de selva Mirante do Madadá, irmão mais novo do Mirante do Gavião, que vai ser instalado junto ao rio Negro.

O tema da edição 2021, “How Will We Live Together?” (“Como Viveremos Juntos?”), evoca um chamado para soluções aos problemas atuais do mundo, de divisões políticas, desigualdades econômicas e desequilíbro ambiental. O arquiteto da mostra, o libanês Hashim Sarkis, pede aos arquitetos que imaginem espaços em que possamos viver juntos com generosidade, que ataquem as desigualdades e os conflitos do planeta.

Da Amazônia vieram projetos de escola comunitária, exposição itinerante, biblioteca flutuante, centro de cerimônia, biofábrica, museu de ciência, programas de educação avançada e, claro, um hotel ecológico. O Mirante do Madadá pretende elevar a experiência amazônica a um outro nível e propõe uma imersão na floresta e sua biodiversidade, por meio da arquitetura biomimética, em comunhão com as comunidades.

“A Amazônia é o lugar onde se discute o futuro do planeta, e o objetivo da exposição é trazer à luz essas iniciativas e colaborações que apresentam possíveis caminhos de convivência. Nosso propósito é falar da Amazônia numa visão positiva e construtiva, apresentando criações os quais se integram de forma simbiótica ao ecossistema natural e cultural da região”, comenta Marko Brajovic, diretor criativo do atelier.

 

Os espaços

 

 

Os detalhes do projeto arquitetônico foram baseados em elementos naturais e culturais da região, costurando signos e significados, texturas e materiais, percepções e percursos. As estruturas “sementes”, que compõem o Madadá, organizam-se no espaço de forma orgânica, seguindo a topografia do terreno e respeitando a vegetação local – também retocadas por exemplares nativos do paisagismo do Studio Clariça Lima.

Leves, permeáveis e confortáveis, o projeto de módulos arquitetônicos buscou equilibrar as relações entre espaços abertos e fechados, superfícies e vedação, interior e exterior, potencializando a experiência do hóspede de estar em um local privilegiado. A entrada para o complexo é feita a partir da Casa Coletiva, aberta de um lado para o rio, onde é possível apreciar o nascer do sol, e do outro para a floresta. Contempla recepção, concierge, bar, restaurante, serviços, lounge e piscina de borda infinita.

 

 

Passarelas conectam a construção principal a 12 acomodações que trazem a assinatura de interiores da arquiteta Marília Pellegrini e se distribuem em caminhos por toda a extensão do hotel, até o ponto mais longe na mata, a Casa de Cura, espaço inspirado na Vitória-Régia, por sua característica de mudar de coloração. O local é dedicado a práticas de ioga, massagem e banho ayurvédico, além de encontros com representantes indígenas da região.

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