Uma prática de arquitetura britânica revelou planos para construir um resort de luxo em uma ilha flutuante feita de plástico marinho recuperado em um local remoto no Oceano Índico.
Margot Krasojević, fundadora da Margot Krasojević Architecture, disse à CNN que o conceito de hotel de 75 quartos tem financiamento para construir, embora ela não tenha revelado o patrocinador financeiro.
O hotel será construído em uma “ilha flutuante” localizada no Arquipélago Cocos australiano, uma cadeia de ilhas localizada 2.750 quilômetros a noroeste de Perth, Austrália Ocidental.
Inspirada na Grande Mancha de Lixo do Pacífico, a “Ilha do Lixo” abaixo do complexo será composta de grandes sacos cheios de tecido plástico e, em seguida, ancorados no fundo do oceano. Os sacos serão carregados com lodo e areia para garantir que a estrutura seja estável, disse Kasojević em um comunicado à imprensa.
“Raízes” artificiais, projetadas para imitar um mangue, serão colocadas ao redor da estrutura para reter sedimentos e agir como uma defesa contra inundações, sugando água para inflar quando necessário.
As estruturas em forma de tentáculo vão atuar como “colete salva-vidas da ilha em caso de emergência, à medida que expandem o sedimento preso, criando um terreno artificialmente projetado quase como uma pista inflável”, de acordo com o comunicado de imprensa.
Os hóspedes do hotel tomarão banho com água do mar destilada.
Krasojević disse à CNN que os planos estão em um estágio inicial e podem levar vários anos para serem construídos, mas que ele espera que sejam abertos aos convidados em 2025.
Uma alternativa ao aterro
“A inspiração veio para mim quando vi a flotilha de plástico do Oceano Pacífico, uma área duas vezes o tamanho da França simplesmente flutuando em posição devido às correntes”, disse ele em um comunicado.
O turismo, acrescentou, está mudando para ser mais ambientalmente consciente, à medida que os turistas buscam estar “mais em sintonia com o ambiente”.
“O plástico é maleável e flexível, por isso pode ser reimpresso, reformado ou quebrado e reconstruído. Pessoalmente, acho que é uma alternativa melhor do que jogá-lo fora”, disse ele.
Claire Barlow, professora sênior de engenharia da Universidade de Cambridge na Inglaterra e especialista em manufatura sustentável, disse à CNN que aprecia todos os esforços para remover o plástico do oceano.
No entanto, ele alertou que qualquer tipo de construção deve ser feita de forma “equilibrada” para evitar impactos ambientais indesejáveis.
Impacto ambiental
“Parece absolutamente fascinante”, disse Barlow sobre o design. “Em uma pequena parte do grande quebra-cabeça de lidar com detritos marinhos, acho uma boa ideia. Está em uma parte sensível do mundo arruinada pelo plástico, então qualquer coisa que possa ser feita para reduzi-la é boa.
“Mas na verdade existem problemas ambientais na construção de um hotel”, acrescentou.
“Haverá materiais de construção e tráfego adicional naquela área. E então, quando o hotel estiver lá, as pessoas serão levadas de e para lá.”
O hotel teria que administrar cuidadosamente coisas como resíduos gerados na ilha, disse ele.
“É um pouco como uma ‘lavagem verde’, mas ajuda a aumentar a conscientização sobre os detritos marinhos, então, de uma forma um pouco cínica, talvez seja uma coisa boa.”
Esta história foi publicada pela primeira vez na CNN.com, “O arquiteto planeja construir um luxuoso resort flutuante com plástico marinho”