Um dos pilares essenciais do setor de hospitalidade no país, o segmento de Alimentos e Bebidas (A&B) sempre teve necessidades de gestão bastante complexas, seja na oferta do mix de produtos ou na reposição imediata de itens essenciais.
A pandemia do coronavírus, contudo, exacerbou os desafios, exigindo mudanças na maneira de servir e criatividade dos empresários e gerentes de meios de hospedagem.
As novas necessidades ficaram evidentes logo no início da crise sanitária. Além de limitar a capacidade dos espaços, elevando a distância entre as mesas, a prioridade deveria ser reduzir o contato com os alimentos e entre as pessoas.
Para oferecer maior comodidade e fazer com que seus convidados se sintam mais seguros, muitos têm optado por servir as refeições nos quartos. Outros adotaram o sistema de buffet assistido – em que o cliente é servido, mas não tem acesso direto aos alimentos.
No dia a dia do setor, a migração do buffet para a mesa ou para o quarto exige uma reestruturação da cozinha, dos serviços e, principalmente, da forma de preparo e apresentação das refeições.
À frente da Harus, tenho acompanhado atentamente as movimentações no mercado de Alimentos desde 2013, quando decidimos fundar a Harus Food. Por meio de parcerias com as principais marcas do mercado de food service, fornecemos uma ampla gama de produtos para os meios de hospedagem, além de atender estabelecimentos como restaurantes, hospitais e clínicas – cuja demanda também vem crescendo.
Trabalhamos ao lado de Júnior Alimentos, Le Petit, Homemade, Ísis, Vigor, Bauducco e Polleto Alimentos. E, nestes meses em que o setor ensaia uma retomada, pude perceber como as adaptações no modo de servir se refletiram na demanda por nossos produtos.
Ganharam espaço, por exemplo, itens embalados individualmente, que facilitam a distribuição dos alimentos entre os clientes e evitam o desperdício. Falo de torradas, geleias, manteiga, requeijão, temperos para saladas e molhos para acompanhar os lanches, além dos clássicos açúcar e sal, entre outros.
Outra opção que cresce na preferência é a embalagem familiar para alguns desses produtos, que, desta forma, são utilizados dentro do próprio apartamento apenas por aquele grupo de hóspedes.
Para melhorar ainda mais a experiência do cliente, temos visto também a implementação de serviços de autoatendimento. Um exemplo interessante é ter um empório que oferece itens de conveniência, como outras opções de amenities, e uma gama mais ampla de alimentos e bebidas para consumo no apartamento.
Mudança deve ser encarada como oportunidade
É verdade que algumas dessas adaptações podem alterar a estrutura de custo das operações dos meios de hospedagem. Mas acredito que elas também oferecem ao setor uma oportunidade de geração de novas receitas, já que o perfil de hóspedes também mudou com a pandemia.
Muitos deles buscam agora reduzir o convívio com outras pessoas, aumentando o consumo de alimentos e bebidas dentro no hotel ou pousada – hábito ainda pouco comum no país – e ajudando a elevar o faturamento.
Na Harus, temos nos preparado para atender as necessidades específicas de clientes desses segmentos, e com o menor tempo de entrega. Investimos na descentralização da logística, com pontos de distribuição estrategicamente localizados. Esse plano começou com instalações em Maceió, Fortaleza, Franca e, agora, contamos também com distribuidoras em São Luís do Maranhão e Porto Seguro.
Com isso, é possível reduzir o prazo de entrega para até 48 horas, pois o produto já está em estoque. E evitando, assim, gargalos como a falta de itens em cidades com grande número de leitos, mas longe das capitais, como é o caso de Porto Seguro, o 3º maior polo hoteleiro do país.
Em resumo, há muitas saídas interessantes – e potencialmente lucrativas – para enfrentar o momento desafiador pelo qual passa o setor de hospitalidade. E, para isso, é importante que a cadeia se una em torno daquele que sempre foi o nosso objetivo comum: oferecer as melhores experiências a todos os hóspedes do Brasil.