6% dos custos de um hotel são gastos com energia e setor é um dos mais consumistas da indústria: como fomentar o desenvolvimento sem causar prejuízos?

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Turismo deve movimentar 9,5 trilhões na economia global representando 9,2% do PIB mundial, mas hospedarias sofrem para sustentar estrutura graças a falta de estratégias de economia nos custos básicos do negócio

Com o decreto oficial do fim da pandemia, as perspectivas para o setor de turismo no ano de 2023 dispararam. De acordo com a Pesquisa de Impacto Econômico (EIR) deste ano, há previsões de que a atividade turística deve movimentar 9,5 trilhões dólares na economia global, o que representa 9,2% do PIB mundial. A notícia foi vista com bons olhos, já que espera-se que esta área crie ao menos 24 milhões de empregos no mundo todo.

Em paralelo, utilizando um ponto de vista nem tão satisfatório, a Associação da Indústria Hoteleira afirma que ao menos 6% dos custos totais de um hotel são com energia. Desta forma, a depender da dimensão da estrutura da hospedagem, podem ser investidos dezenas de milhões de reais somente com esse item, possibilitando prejuízos nas contas do negócio e, é claro, na natureza. Segundo Giancarlo Tomazin, administrador de empresas e Head em Marketing e ESG na startup de diagnóstico e soluções energéticas Lead Energy, as razões por trás deste fenômeno são simples: “Hoteis, em sua essência, possuem diversas instalações que demandam energia para climatização, iluminação, uso de elevadores. Isso tudo 24 horas por dia, resultando em um alto consumo de energia comparado aos outros setores que funcionam em horários delimitados. Outra coisa que interfere na despesa são os serviços realizados nas hospedarias como lavagem e troca de roupas de cama”.

Ainda que estes números possam ser prejudiciais, uma plataforma de hospedagem famosa divulgou que a projeção de faturamento para o segundo semestre é de 2,45 bilhões de dólares. A notícia, de acordo com Giancarlo, pode representar um perigo para o ecossistema: “O aumento no número de hóspedes consequentemente interfere na demanda por energia e se isso não for gerenciado adequadamente, é provável que a pressão adicional acarrete no aumento da emissão de gases. Considerando que a maioria dos estabelecimentos ainda usam fontes tradicionais, como combustíveis fósseis, o aumento do consumo pode sobrecarregar a infraestrutura e resultar em instabilidades para o próprio hotel como interrupções nos serviços e desperdícios, impactando negativamente as comunidades locais e a biodiversidade”.

Porém, é imprescindível dizer que é possível se esquivar das estatísticas! Redes hoteleiras já estão investindo em alternativas que otimizem os gastos com recursos energéticos, provocando o aperfeiçoamento da gestão, a sensibilização com o meio ambiente e a economia. Um exemplo claro, foi um hotel da rede Ibis que afirmou ter economizado 90% dos gastos com energia, após a instalação de módulos solares.

“Investir em fontes sustentáveis ajuda não só a natureza, como também o negócio em si. As empresas hoteleiras devem avaliar o potencial solar de suas instalações para estimar se esta é a solução apropriada para a companhia e posteriormente escolher um sistema que atenda suas necessidades energéticas. Além disso, é preciso contar também com métodos internos, adotar práticas de eficiência energética, seja na melhora do uso de eletrodomésticos até na conscientização de funcionários e monitorar a gestão de energia para maximizar os benefícios da solução. Este conjunto de técnicas sim proporcionará a redução de custos e o fortalecimento da imagem das redes hoteleiras frente a organizações responsáveis”, afirma Gian.

Por fim, para convencer as companhias a buscarem novos métodos e aproveitarem o crescimento da indústria em seu máximo, o especialista aponta quatro motivos para as corporações descartarem o uso de fontes energéticas tradicionais. “O primeiro motivo é, sem dúvidas, pela redução dos custos operacionais que contribuem para melhorar a lucratividade e competitividade no mercado. O segundo é o retorno comprovado do investimento. Por mais que a migração de fontes demande um investimento inicial, este retornará em pouco tempo. A terceira é pela reputação da companhia. É perceptível que o público está cada vez mais preocupado com instalações sustentáveis e esta iniciativa pode tornar o negócio mais atrativo. E por fim, os benefícios ambientais são impulsionadores poderosos para empresas do setor aprimorarem suas práticas”.

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