Arena ESG na Equipotel 2024: Um Encontro Transformador para o Futuro do Turismo

Crédito/Foto: Anagrama

 

Nos dias 17 e 18 de setembro, a Arena ESG na Equipotel 2024 reuniu líderes e especialistas para debater práticas sustentáveis e regenerativas no setor de hospitalidade e turismo. Com 16 painéis realizados sob a curadoria da Resorts Brasil e da GKS Inteligência Territorial, e com a organização e promoção da RX Global, a primeira Arena ESG da história da maior feira de hospitalidade da América Latina se consolidou como um importante espaço de diálogo sobre os desafios e oportunidades do turismo sustentável e regenerativo brasileiro.

A abertura do evento trouxe reflexões impactantes com a presença de Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza) e Chieko Aoki (Blue Tree Hotels) no painel “Expansão de oportunidades para mulheres no turismo e hospitalidade”. Ambas destacaram a urgência de combater a violência contra a mulher, uma problemática global com estatísticas alarmantes no cenário brasileiro. “Temos uma oportunidade de unir a força feminina à crescente atividade turística do país, promovendo campanhas que salvam vidas”, afirmou Luiza Helena, ressaltando o trabalho do Grupo Mulheres do Brasil, que mobiliza mais de 120 mil mulheres em ações que promovem inclusão e suporte para vítimas de violência. “A hospitalidade é, acima de tudo, servir o outro. Precisamos estar preparados para apoiar mulheres vítimas de violência que buscam ajuda do setor”, ressaltou Chieko Aoki, que destacou a oportunidade do turismo nesse movimento de acolhimento e reintegração ao mercado de vítimas de violência.

Na palestra “Hospitalidade e felicidade como catalisadores na transformação social de destinos”, Taiza Krueder (Clara Resorts) trouxe uma perspectiva pessoal sobre como superou desafios para transformar a hotelaria em uma paixão e ferramenta de transformação social. “Meu propósito é gerar felicidade no próximo, utilizando esse ‘superpoder’ para impactar positivamente a vida das pessoas”, explicou, ao falar sobre projetos sociais como a taxa social opcional destinada a ONGs ambientais e esportivas, que refletem seu compromisso com as comunidades locais impactadas pelos empreendimentos do grupo Clara Resorts.

 

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O painel “Transformando Vidas no Nordeste Brasileiro” evidenciou o potencial transformador da união entre hotelaria e projetos sociais no combate às desigualdades em macrorregiões, através do exemplo da parceria que dura há mais de 20 anos entre Grupo Pontes e Amigos do Bem. Ao longo do painel Carolina Pontes (Grupo Pontes Hotéis & Resorts) compartilhou iniciativas endereçadas pelo Grupo Pontes, como o uso de energia eólica e veículos elétricos, e Caroline Albanesi (Amigos do Bem) trouxe à tona a grave situação de pobreza no Nordeste, onde 55% da população extremamente pobre do Brasil reside. “O turismo sustentável é um dos pilares para promover inclusão social na região. Precisamos de parcerias entre hotéis e projetos sociais para mudar essa realidade”, afirmou Caroline.

A sustentabilidade também foi tema central da palestra sobre “Gastronomia como um motor de transformação social”, com Karime Ribeiro (SESC Mesa Brasil) destacando o papel do projeto em redistribuir alimentos e evitar desperdícios. “A gastronomia pode ser um instrumento poderoso para mudar vidas, promovendo a inclusão e a conscientização alimentar”, enfatizou.

Ricardo Shimosakai, especialista em acessibilidade, trouxe um alerta em sua palestra sobre “Turismo e Desenvolvimento Social”. “Inclusão vai além de infraestrutura. Precisamos de ambientes e profissionais preparados para acolher, garantindo experiências verdadeiramente inclusivas para todos”, afirmou. Ele destacou iniciativas como as do Hotel Fazenda Rede dos Sonhos, que se tornaram referência ao atender a um público negligenciado pelo mercado hoteleiro tradicional.

Na apresentação “As práticas ESG como oportunidade de valorizar o negócio”, Guilherme Dietze (Fecomercio/SP) reforçou que “adotar práticas ESG expõe a empresa, o que aumenta a cobrança por ações sociais e de governança. Mas é um caminho sem volta para quem deseja prosperar no mercado atual”. Ele destacou que a governança deve ser uma prática cultural nas empresas, promovendo respeito e combatendo o assédio.

 

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Encerrando o primeiro dia, o painel “Compromisso com o Futuro: Caminhos para a Excelência ESG” uniu Green Key, Pacto Global e Sistema B para um diálogo sobre como os compromissos ESG estão redefinindo a qualidade na hotelaria, fornecendo diretrizes que estão posicionando o segmento e alinhando o setor às crescentes demandas de viajantes por experiências mais responsáveis. Leana Bernardi (Green Key), falou sobre a importância das certificações para o turismo sustentável, enquanto Guilherme Pinheiro e Maria Antonia Gouveia (Pacto Global da ONU – Rede Brasil) ressaltaram o papel do pacto na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e Juan Domingues (Sistema B) destacou: “As empresas certificadas pelo Sistema B mostram que é possível alinhar lucro com impacto social e ambiental positivo, tornando-se referência em transparência e compromisso”.

O segundo dia iniciou com Carlos Jacobina (Novotel Itu Golf & Resort) enfatizando a evolução da Jornada ESG da Resorts Brasil nos últimos anos e a importância de premiar e valorizar as iniciativas que fazem a diferença. Em seguida, no painel “Turismo Regenerativo: A realidade transformadora da hotelaria moderna”, Antonietta Varlese (Accor Américas) reforçou que “a hospitalidade responsável deve ir além dos hóspedes e incluir as comunidades locais”, enquanto Raquel Pazos (Ibiti projeto) frisou a urgência do momento atual, onde não se trata mais sobre apenas ser sustentável, mas, sim, ser regenerativo: “Precisamos mudar nossa visão do ‘Ego’ para o ‘Eco’, integrando comunidade e meio ambiente”.

Cecília Severalli Soares (Nestlé Professional) apresentou a jornada produtiva de cafés da Nescafé, compartilhando como o maior programa de cuidado na cafeicultura do mundo está impactando comunidades e preservando o meio ambiente, na apresentação “Nescafé e a Sustentabilidade por trás de cada xícara”. “Capacitar jovens produtores e promover a agricultura regenerativa é essencial para garantir um futuro sustentável para o café e para as comunidades que dele dependem”, disse Cecília.

Na apresentação “Tecnologia e inovação no apoio de uma hotelaria mais inclusiva e de baixo carbono”, Fernando Beltrame (Eccaplan) falou sobre a “hospedagem neutra”, que permite hotéis compensarem suas emissões de carbono. Ele destacou: “Pequenas ações sustentáveis, quando se tornam hábitos, têm um grande impacto positivo a longo prazo”.

A “Importância da economia circular na área de conservação e limpeza” também foi abordada em painel por Guilherme Salla (Abralimp), que destacou como práticas como a coleta seletiva e o uso eficiente de recursos na limpeza profissional contribuem para a sustentabilidade. “Equipamentos como hidrojateadoras reduzem o consumo de água em até 80%. Investir em sustentabilidade é garantir operações mais eficientes e rentáveis”, afirmou.

No painel “Investimento Social: a hotelaria na vanguarda do desenvolvimento de comunidades” foram apresentados exemplos reais de como a hotelaria pode contribuir no desenvolvimento de comunidades. Nanini Castilhos (Bourbon Hospitalidade) apresentou o Instituto Bourbon, que oferece moradia e educação para filhos de mães solteiras, facilitando a inclusão social e financeira das famílias. Já Rafael Espírito Santo (Cana Brava All Inclusive Resort)compartilhou como o treinamento de colaboradores para atendimento a hóspedes autistas aumentou a procura pelo resort: “Adaptar-se às necessidades de todos os hóspedes é um diferencial competitivo que gera resultados imediatos”.

 

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Cássio Garkalns (GKS) encerrou o dia com o painel “Jornada ESG na hotelaria: aspectos essenciais”, destacou o papel do turismo na promoção da sustentabilidade e o trabalho da Resorts Brasil em conscientizar seus associados. Ele apresentou oficialmente os resultados do Panorama ESG 2023 nos Resorts – um diagnóstico de maturidade realizado em 23 resorts pela Resorts Brasil e GKS com o apoio do MTur e do BID – que avaliou os empreendimentos em 15 requisitos com maior capacidade de impacto na Jornada ESG, identificando que o segmento de resorts brasileiros estão com um nível intermediário de maturidade no tema ESG, e evidenciando 6 áreas a serem desenvolvidas no próximo ano por meio de um plano de ação conduzido pela Resorts Brasil. Cássio ressaltou a importância de investir em boas práticas de forma viável e rentável, com o apoio de mentorias técnicas e inteligência artificial para definir metas e promover o avanço contínuo na agenda ESG.

Paulo Albuquerque (Embratur) destacou no tema “Passaporte para o Futuro Sustentável do Turismo” o desafio de promover o Brasil como destino sustentável para o público internacional e anunciou um concurso para reconhecer as melhores práticas de ESG nos destinos brasileiros.

Petrina Santos (VW Financial Services), no case “Inovação financeira para um mundo mais verde”, destacou a importância de implementar práticas sustentáveis nos serviços financeiros. “Criamos um comitê de sustentabilidade e, com financiamento consciente e ações socioambientais, buscamos reduzir emissões de gases e mitigar riscos para parceiros e sociedade”, afirmou, ressaltando o impacto positivo da VWF Brasil, que se tornou um case de sucesso no Pacto Global.

O último painel do segundo dia da Arena ESG na Equipotel 2024, com o tema “Tendências ESG no turismo”, reuniu Carlos Abreu (Equipotel), Marina Figueiredo (Braztoa) e Talita Uzeda (Grupo Cataratas), que trouxeram as boas práticas atuais e as perspectivas futuras do tema ESG nos segmentos de Eventos, Operadoras e Produtos.

O evento foi concluído com Ana Biselli (Resorts Brasil) e Cássio Garkalns (GKS) celebrando a colaboração entre todos os participantes. Ressaltaram que os temas tratados evidenciaram a possibilidade concreta de um setor hoteleiro mais forte, inovador e sustentável. “A Arena ESG foi fruto de uma colaboração de muitas pessoas e gostaríamos de agradecer a todos que aceitaram esse desafio conosco, em especial à nossa mantenedora, a Equipotel, pela rica oportunidade”, concluiu Ana.

A Arena ESG se tornou um verdadeiro marco para o futuro do turismo regenerativo e sustentável, inspirando o setor a seguir avançando com força e comprometimento rumo a um impacto positivo duradouro.

Divulgação: anagrama.com.br