FOHB – Forum de Operadores hoteleiros do Brasil apresenta o resultado do ano de 2023

 

RESULTADOS DO MÊS – DEZEMBRO 2023

Informações extraídas do informativo do FOHB que exibe e analisa os resultados estatísticos da hotelaria no país.

Esta edição traz os dados de desempenho de dezembro de 2023 em comparação ao mesmo mês de 2022. A análise contou com amostra de 609 hotéis de redes associadas, responsáveis pela oferta de 94.703 unidades habitacionais (UHs) disponíveis.

No mês de dezembro, os resultados consolidados registraram apenas acréscimos sendo 7,2% na taxa de ocupação, 14% na diária média e 22,2% no RevPAR.

Na performance por região, a taxa de ocupação apresenta acréscimos de 12% no Centro-Oeste, 9,8% no Nordeste, 6,2% no Sudeste e 9,5% no Sul. Já a região apenas no Norte apresenta decréscimo de (-1,8%). A diária média, apontou percentual positivo no Centro-Oeste 20,1%; Nordeste 10,2%; Norte 18%, Sudeste 14,9% e Sul 9,5%. No RevPAR, alta de 34,5% no Centro-Oeste; 21% no Nordeste; 15,9% no

Norte; 22% no Sudeste e 19,9% no Sul.

Na análise de desempenho por categoria hoteleira, a taxa de ocupação apontou apenas acréscimos sendo 5,4% no Econômico, 9,1% no Midscale e 8% no Upscale. Na diária média, acréscimos em relação ao ano anterior de 14,5% no Econômico, 13,1% no Midscale e 14,5% no Upscale. No RevPAR, também conta com alta no Econômico de 20,7%, Midscale 23,4% e Upscale 23,6%.

 

 

 

ACUMULADO ANO JANEIRO A DEZEMBRO DE 2023

Analisando os dados acumulados de janeiro a dezembro de 2023, o InFOHB considera para o estudo 530 hotéis de redes associadas responsáveis por 83.378 unidades habitacionais (UHs). Em comparação com 2022, houve alta de 4% na taxa de ocupação 22,5% na diária média e 27,3% no RevPar.

Quanto à análise por região, a taxa de ocupação apresentou desempenho negativo apenas na região Norte (-1,8%). As demais localidades apontam variações positivas entre 0,2% no Nordeste e 5,1% no Sudeste. A diária média apontou percentuais positivos em todas as regiões, 28,5% no Centro-Oeste; 18,1% no Nordeste; 22,6% no Norte; 23,4% no Sudeste e 17,2% no Sul. Para o indicador de RevPAR, percentuais positivos variando entre 18,3% no Nordeste e 34,9% no Centro-Oeste.

Na análise por categoria hoteleira, apenas acréscimos foram registrados na taxa de ocupação: 5,5% no Econômico; 2,6% no Midscale; e 2,5% no Upscale. Na diária média acréscimos na categoria Econômico de 19,5%; Midscale, 25,4% e Upscale 25,2%. No RevPAR percentuais positivos de 26,1% no Econômico; 28,6% no Midscale; e 28,3% no Upscale.

 

 

 

Mensagem do Presidente Orlando Souza

 A hotelaria brasileira vive um bom momento, embora ainda haja muito o que se fazer para sua recuperação. Estamos atentos ao binômio atualização/crescimento da oferta hoteleira. Só assim teremos um parque hoteleiro competitivo em relação aos melhores destinos do mundo. Isso, por sua vez, só será possível quando recuperarmos as diárias médias, pelo menos no mesmo patamar de 2012. Efetivamente, há recuperação sustentada da demanda, mas os baques financeiros sofridos em decorrência de crises passadas e da pandemia ainda não foram sanados. A maior parte das redes precisa recuperar o caixa, quitar dívidas contraídas com financiamentos para então melhorar resultados financeiros e remunerar investidores, tornando os ativos hoteleiros competitivos no mercado de investimentos. Só podemos falar de um cenário tranquilo daqui 18 meses, mantidas as taxas atuais de crescimento em vendas e se as tarifas forem corrigidas.

A hotelaria brasileira vai bem?

Não estamos voando, estamos apenas decolando! Há, de fato, crescimento em reservas quando comparamos com os dois últimos anos. Da mesma maneira, foi possível recuperar os 300 mil postos de trabalhos que desapareceram em 2020. No entanto, há menos hotéis em relação a 2019. Foram fechados, de forma definitiva, 700 empreendimentos. Estamos operando com uma sub-oferta. A demanda vem crescendo e o Brasil, cujo turismo emprega milhões de pessoas direta e indiretamente, precisa de um número maior de hotéis, inclusive para manter sua competitividade e os preços mais próximos do patamar da hotelaria internacional. Uma escassez de hotéis cria gargalos no turismo, prejudicando toda a indústria a longo prazo.

Há espaço para novos investimentos?

Todos os estudos macroeconômicos mostram que precisamos ter um crescimento sustentável na oferta de quartos nos próximos anos.  Não há investimentos importantes há cinco anos. É fundamental olhar para todas as oportunidades que os modelos hoteleiros de negócios podem oferecer para investidores.  Os condohotéis, por exemplo, vistos hoje como patinhos feios no mercado de investimentos, por conta da defasagem das diárias médias, já foram grandes alavancadores do desenvolvimento de nossa indústria no Brasil.

Quais as principais expectativas do segmento para 2024? O que fazer para o turismo ganhar força no Brasil?

Estamos em um processo de mudança radical no país com a reforma tributária, que terá impacto direto em todos os setores da economia, e é claro, também no turismo e hotelaria.  Um IVA de 27% está fora de questão. A tributação atual é alta. Conforme estudos que realizamos, pagamos hoje entre 14 e 16% de impostos em um processo complexo e opaco. Dados apontam também que não somos competitivos com outros países que têm o IVA e onde o turismo é vetor importante na economia. Esses mercados, altamente competitivos, adotam uma alíquota média de 10,3% para a hotelaria. Este é um primeiro desafio na condução agora de leis complementares que comporão a reforma tributária.

O que fazer para o turismo ganhar força no Brasil?

Temos enormes gargalos para alavancar o turismo brasileiro. Somos um país de dimensões continentais e com uma infraestrutura sofrível. Problemas com aeroportos, oferta de modais de transportes limitados, estradas e rodovias em mal estado de conservação e inseguras, graves problemas de segurança pública, dentre outros entraves.  Todos esses elementos prejudicam as tentativas do setor privado para atrair mais turistas internacionais e fomentar o turismo doméstico, em um país com 200 milhões de habitantes.

 

Divulgação: PROMONDE