Doações do alimento de primeira necessidade envolvem a Lindoya Verão e outras empresas em uma força-tarefa que não tem prazo para terminar
As enchentes no Rio Grande do Sul afetam mais de 2 milhões de pessoas e quase todos os municípios do Estado, incluindo a capital, Porto Alegre, estão alagados. O número de desabrigados, que passa de 600 mil, e soma mais de 80 mil alojados em abrigos, não para de crescer. Um dos itens essenciais mais solicitados pelo poder público, por ONGs, mutirões de profissionais e voluntários que se unem nos trabalhos de resgate e auxílio é água mineral. Diante da necessidade extrema, várias empresas do setor se mobilizam para que este alimento chegue ao destino e ajude a população gaúcha.
As chuvas intensas, que culminaram em inundações de grandes proporções, marcam a história do Rio Grande do Sul, que enfrentou catástrofe semelhante em 1941. Nos municípios do Estado, e também em Porto Alegre, empresas de saneamento foram afetadas e não conseguem realizar o abastecimento da água que serve tanto ao consumo humano, como também a outras necessidades da população. Da água depende o funcionamento de hospitais e outros equipamentos nos municípios e a reabilitação das pessoas em suas rotinas.
Juntamente com outras companhias, a Lindoya Verão, uma das maiores produtoras de água do Brasil, que opera no interior paulista, mobilizou-se e neste momento está enviando como contribuição ao Rio Grande do Sul um milhão de unidades de água mineral natural, somando mais de 700 mil litros.
“Desde o início da tragédia no Sul, nós assumimos o compromisso de doar este volume de água mineral, que é um alimento fundamental à vida humana”, afirma Cesar Dib, CEO da Lindoya Verão.
Nesta força-tarefa, a empresa tem enviado ao Sul várias carretas que partem carregadas com o alimento a partir do Estado de São Paulo. “Realizamos este trabalho de forma escalonada, para que o montante de doações não chegue de uma só vez, o que atrapalharia as operações de distribuição no Estado”, explica Dib. “É uma verdadeira maratona em que precisamos manter a velocidade e a cadência ao mesmo tempo para não haver desabastecimento.”
De fato, o envio fracionado das cargas pelas companhias de água tem auxiliado a estratégia de transporte no interior do Estado. Em Caxias do Sul, a empresa Zegla faz a ponte logística, distribuindo água principalmente para cidades ribeirinhas que foram totalmente afetadas pelas enchentes.
Antônio Carlos Stringhini, presidente da Zegla, explica que assim que as carretas vindas do Estado de São Paulo chegam, lotes com água mineral são colocados em carros utilitários e caminhonetes para distribuição em localidades mais distantes. “Em muitos lugares, somente veículos pequenos conseguem entregar alimentos e outros itens”, afirma.
Até que o Rio Grande do Sul se recupere do flagelo das enchentes, César Dib destaca que o auxílio às vítimas deve ser frequente. “Seguimos auxiliando com o fornecimento de água mineral de forma organizada não só agora, mas também ao longo do ano, enquanto o Estado necessitar”, conclui o CEO da Lindoya Verão.