Tenho muitos conhecidos, entre estes alguns Amigos, e não são tão poucos assim, um dia fui visitar em Santa Catarina um dos representantes de produtos para a hotelaria mais completos que conheci, ainda conheço alguns e estão em nosso grupo, mas este faz muitos anos eu diria mais de 30.
Ele me disse: “Portuga” (no brasil nos chamam assim rs) tem um Amigo que está construindo um hotel em Balneário Camboriú, SC está muito no começo, mas já se pode olhar e entender, falei com ele e se for sem compromisso ele disse que posso te levar lá, vamos? Sem problema vamos lá.
E assim foi, fui visitar um amontoado de tijolos empilhados, mas tudo já tinha uma certa logica então pude dar uns palpites, e o mais importante na época é que me lembro perfeitamente de ter avisado (mais tarde o próprio confirmou) que a cozinha não podia ficar no lugar em que estava em relação ao restaurante, eles não eram da profissão ouviram por educação, mas nada mudou.
Anos se passaram e um dia recebo um convite para inaugurar um (pertenço 5 estrelas) em Balneário Camboriú. – Ouvir não custa nada e lá fui eu ouvir a proposta, já era um prédio, havia coisas para acabar, mas isso seria problema meu e eu nem lembrava mais do episódio da cozinha a bem da verdade nem do prédio.
Assim que comecei a andar lá dentro me deparo com a tal cozinha e restaurante com um acesso em que precisava cruzar um corredor social de passagem para os garçons levarem as coisas até o restaurante, ainda brinquei, me lembro agora e vcs não fizeram o que eu sugeri!! parabéns vou ficar para assistir à festa.
Aceitei a proposta e fiquei – 31 dezembro festa de Réveillon sem dúvida tudo muito bem feito e montado e!!! – o mesmo Senhor que me apresentou o amontoado de tijolos e não quis me ouvir, vinha pelo corredor, por volta da 1 da manhã e um garçon saia da cozinha em ritmo normal, era um profissional repondo buffet. Pois aconteceu isso mesmo – o Dono do Hotel literalmente se TROMBOU com o garçon e foi produto e baixela para tudo quanto é lado.
O Senhor ia dizer algo e como eu vinha em sentido contrário e vi tudo fiz sinal para que ficasse calado, e disse: “Há dois ou três anos, eu o avisei que isto aconteceria, ainda bem que foi com o Senhor – vá trocar o terno e volte para a festa. Não se esqueça que aqui o hoteleiro sou eu e tenho de conviver com isto porque agora sim a solução seria catastrófica – deixamos assim” – E ele ficou calado e foi trocar o terno a única atitude decente que cabia, ele era o culpado pela tragédia anunciada.
Trabalhei com ele enquanto foi vivo, então deixei a empresa, sei que não foi por falta de posses que não foi feito o estudo de viabilidade bem como a leitura dos projetos por um profissional experiente, mas este é o menor dos resultados indesejáveis quando alguém que é apenas construtor e viajou pelos melhores hotéis do mundo se mete a fazer um hotel, e um Hotel nunca é uma construção como qualquer outra este incidente é dos menores que a falta do estudo de viabilidade e seu acompanhamento pode acarretar a quem acha que sabe e se mete a fazer.
A História é real, mas é para podermos dizer como isso e muito mais se evita.
Um dos últimos onde fomos chamados, e já fomos chamados porque alguém se lembrou que era melhor um profissional ver as plantas antes que fosse tarde, tivemos de condenar coisas que acabaram na demissão de 2 arquitetos.
Quando vc vai a um médico consciente, ele te dá remédio sem saber o que vc tem?
Porque você vai então se meter a construir algo que não sabe exatamente como operara e muito menos o que precisa, e pior no caso do Hotel, que tipo? Quantas Uhs (quartos) a região precisa? Quantas ela suporta? Qual o número ideal para que a operação seja maximizada? (esta lista é interminável) – então para que isso não aconteça, e a construção e implantação saia como desejado podemos sempre ajudar.
Um estudo de viabilidade é sinônimo de uma operação com o menor custo e maior eficiência e eficácia possíveis.