Números da Abracorp mostram resultados próximos ou melhores ao período pré-pandemia
O setor de viagens corporativas no Brasil alcançou, no terceiro trimestre de 2024, um faturamento de R$ 3,3 bilhões, ultrapassando o desempenho registrado em 2019, antes da pandemia de Covid-19, quando o valor ficou em R$ 2,992 bilhões. Para o ano, o setor projeta um recorde de faturamento de R$ 15 bilhões em faturamento. Os dados são da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), que monitora mensalmente o desempenho de 11 setores do mercado de viagens.
Um dos grandes protagonistas do bom desempenho foi a hotelaria. O segmento apresentou um faturamento de R$ 355 milhões em setembro de 2024, um aumento significativo em relação aos R$ 322 milhões do mesmo período de 2023 e aos R$ 249 milhões de 2019. A tendência de alta na hotelaria é vista pela Associação como uma das principais forças no setor de viagens, especialmente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, onde a rede hoteleira se consolidou como ponto essencial de apoio para o turismo de negócios.
Locação de veículos também apresentou um crescimento expressivo. Em setembro de 2024, o faturamento foi de R$ 30 milhões, praticamente o dobro dos R$ 15,9 milhões registrados em setembro de 2019. O desempenho mostra que o setor está consolidado e que as viagens corporativas demandam cada vez mais mobilidade e flexibilidade. Empresas que buscam oferecer maior autonomia para seus funcionários em deslocamento têm impulsionado a locação de veículos, garantindo a expansão contínua do setor.
Outro segmento que computou bom desempenho foi o de transporte rodoviário, com faturamento de R$ 6,4 milhões em setembro de 2024, muito superior aos R$ 969 mil registrados em 2019. O crescimento, segundo a Abracorp, pode ser associado ao aumento da demanda por alternativas de mobilidade para viagens corporativas de curta distância, onde o conforto e a conveniência de viagens rodoviárias se mostram competitivos.
Os pacotes de viagens e lazer também apresentaram uma evolução interessante, alcançando R$ 11,1 milhões em faturamento no último mês de setembro, o que demonstra o interesse crescente dos viajantes corporativos por estender suas estadias para momentos de lazer e descanso após compromissos profissionais. Este é um fenômeno conhecido como “bleisure” (combinação de “business” e “leisure”), em que viagens corporativas são estendidas para incluir atividades de lazer, o que traz oportunidades adicionais para o setor de turismo.