O setor de turismo no país melhorou seus índices, dando mostras de recuperação no primeiro semestre de 2018, em comparação ao mesmo período de 2017, mas apesar desse crescimento, a indústria nacional de hotéis no país vem enfrentando, desde o final da Copa do Mundo, baixas consideráveis no valor de sua diária média, numa tentativa de manter as taxas de ocupação num nível operacional.
Levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH Nacional, realizado nas 12 cidades que sediaram os jogos da Copa, registrou o fechamento de pelo menos 90 unidades hoteleiras, em oito capitais das doze cidades-sede, desde o final da competição.
São Paulo, Recife, Fortaleza e Natal não registraram o fechamento de hotéis, sendo que na capital do Rio Grande do Norte houve a abertura de seis estabelecimentos e duas novas unidades foram inauguradas em Fortaleza.
No Rio de Janeiro, 13 hotéis findaram suas operações, sem contar outros três que estão fechados, indefinidamente, para reformas. Em Belo Horizonte, o número chega a 23 e em Porto Alegre a 16. Em Curitiba houve o fechamento de três hotéis; em Salvador 21; Manaus 04; Cuiabá 07 e, em Brasília, dois não chegaram sequer a iniciar suas operações.
Para Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional, a alta carga tributária, somada à falta de políticas de incentivos e de divulgação dos destinos, a ausência de regulamentação dos aplicativos de reservas de hospedagem em residências, além dos níveis críticos na área de segurança e da crônica falta de infraestrutura do país, aliadas a uma malha aérea cara e segmentada, são alguns fatores que determinam a dificuldade de expansão do setor turístico no país.
De acordo com o presidente da ABIH Nacional é fundamental que essas, entre outras pautas do turismo e da hotelaria avancem e sejam incluídas na reforma da Lei Geral do Turismo (LGT): “Tudo isso combinado se torna um grande impeditivo para a indústria de turismo atuar com grande relevância na economia do país, gerando mais empregos e renda. Precisamos trabalhar ainda mais para que pontos como a regulamentação das plataformas de venda de hospedagem e o valor dos tributos pagos por elas sejam direcionados para um fundo que financie a divulgação estratégica dos múltiplos destinos do Brasil, entrem na atualização da Lei Geral do Turismo” defende Linhares.
Hoje o Brasil investe US$ 16 milhões na divulgação de seus destinos, enquanto o México investe US$ 490 milhões, a Colômbia US$ 100 milhões e o Equador US$ 90 milhões.