A região do Alentejo poderá ter nesta vindima um aumento na produção de vinho entre 5% e 10% superior ao de 2018.
A CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana) recorre, desde há 20 anos, à previsão pelo método polínico (recolha de pólen na fase de floração) através de parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que aponta nas suas previsões para a subida na produção. Caso a previsão se concretize, a região poderá produzir entre 115 a 120 milhões de litros, volume superior à média dos últimos cinco anos, que foi de 110 milhões.
Francisco Mateus, presidente da CVRA, assinala que “a previsão é um instrumento essencial para calcular o nível de stocks e a capacidade de resposta às necessidades do mercado”, mas adianta que “serão as condições climatéricas a ditar a quantidade de uvas que se vai produzir no Alentejo”.
A região, cuja dimensão está entre as maiores de Portugal, com cerca de 22.500 hectares de vinha, já tem produtores a vindimar, antevendo-se que as operações de vindima possam decorrer até ao final do mês de setembro.
Até agora, as vinhas estão com bom desenvolvimento, apesar da pouca chuva registada na região, havendo algumas situações de desavinho (ausência da formação do bago). No ano passado, à semelhança do resto do país, o Alentejo foi atingido por uma vaga de calor, na primeira semana de agosto, que provocou escaldão nas uvas e perdas de produção em vários agricultores. “Em 2018, tivemos cerca de dois terços dos viticultores com perdas, mas o facto de ter havido chuvas intensas na primavera e mais área de vinha em produção atenuou a situação e o Alentejo aumentou a produção após três anos de quedas sucessivas em 2015, 2016 e 2017”.
Nas palavras do presidente da CVRA, “a manter-se a situação atual, antevemos um 2019 com boa qualidade para os vinhos do Alentejo”