Mortes de famosos e anônimos atribuídos ao consumo da bebida colocam assunto no divã e reacendem debate
O chá está presente na vida da maioria dos brasileiros, sendo consumido para proporcionar bem-estar e auxilio na cura de enfermidades. No Brasil, a miscigenação de povos e o consumo de produtos naturais, algo especialmente ensinado pelos indígenas, reforçam o hábito. Enfatiza-se, de forma constante, o uso destes produtos na eliminação de peso, meta muito desejada por homens e mulheres.
Acontece que a busca descontrolada pelo corpo perfeito é arriscada. A toxicidade de algumas substâncias, garantem os médicos, pode levar à falência de órgãos e causar uma espécie de contaminação da corrente sanguínea. Assim, um produto natural pode fazer tão mal quanto um medicamento, pela inconsequência da dose. Repercutiu no País, por exemplo, a morte da enfermeira Edmara Silva de Abreu, 42. Ela tomou um chá supostamente emagrecedor e acabou tendo uma hepatite fulminante. Edmara chegou a fazer transplante de fígado, mas, ainda assim, não resistiu.
“Emagrecer é um processo. É preciso alimentação saudável, exercícios com qualidade e o consumo de água. Os chás e infusões têm diversas funcionalidades e podem atuar como auxiliadores no processo do emagrecimento. Sozinhos, eles não fazem milagres”, comenta a Tea Blender da Gourmate, Carla Mikolaiewski. “Não é correto exagerar no consumo e apostar no excesso de chás. Na verdade, nada em excesso faz bem”.
Carla sugere a inclusão dos chás em algumas porções; lembrando sobre a recomendação do consumo de dois litros ou mais de água (porém essa quantidade pode variar para mais ou menos conforme o organismo, segundo o Ministério da Saúde). O segredo, garante ela, é o equilíbrio. A linha Bem-Estar da Gourmate, por exemplo, recomenda a ingestão de três xícaras diárias do chá – nada mais que isso. Os produtos são feitos à base de erva-mate, planta conhecida pela sua função diurética e digestiva e que ainda apresenta vitaminas, minerais, ácidos graxos, fenóis, glicose e cafeína (a cafeína é um alcaloide estimulante que acelera o metabolismo e, neste caso, é supernatural).
“Cada chá tem uma combinação e função. É importante saber respeitar as quantidades de consumo. Pensamos nisso criando algo para ser consumido sem abusos, mas com criatividade, além de ser um produto cada vez mais introduzido na vida das pessoas. Uma xícara de chá traz minerais, vitaminas, substâncias hidrossolúveis, antioxidantes, substâncias digestivas, diuréticas, aroma, cor”, compartilha. Os chás da Gourmate não emagrecem pois não foram criados para essa função. No entanto, atuam como aliados para uma alimentação natural, saudável e para trazer sabor à vida”, sorri Carla.
Alerta
Propagandas enganosas é o que não faltam no mercado e, diante de tanta exposição, é preciso ficar alerta. Shakes para a perda de peso ou “substâncias” e “fórmulas” naturais combinadas com ervas podem danificar o organismo. A morte da cantora Paulinha Abelha, 43, segue em investigação, mas, até o que já apuraram os exames, o fígado da artista foi lesionado pelo consumo em grande quantidade de substâncias para emagrecimento. Algumas notícias colocam o chá como principal responsável por essa fatalidade.
“Mas nenhum chá é capaz desse efeito. O que ocorre é a má administração, associada a outros componentes e a um estilo sem muito controle em busca de um corpo perfeito”, comenta Carla. Especialistas avisam que quanto mais compostos fitoterápicos ou medicamentos são ingeridos juntos, maior a possibilidade de lesar o fígado e outros órgãos, como o rim. Vale lembrar que, desde 1997, o Conselho Federal de Medicina (CFM), na Resolução 1.477, veda a combinação em fórmulas de certas substâncias para a perda de peso.
Exemplo chinês
O chá nasceu de uma casualidade há mais de dois mil anos. Foi quando o imperador Shen Nung descobriu a bebida quando fervia água à beira de uma árvore silvestre. O vento fez algumas folhas caírem na infusão e o imperador, sorvido pela iguaria, se encantou pelo que havia criado sem querer! Os chineses são exemplares no consumo de chá, mas, menos “abertos” à diversidade, ao contrário dos brasileiros, por exemplo. “Temos na China, Índia e no Japão uma planta parecida com a erva-mate, que é a camélia, que é a planta do chá. Mas, no Brasil, com toda a história do contexto indígena, chá é qualquer infusão, de qualquer planta e normalmente está ligado a alguma cura”, explica Carla.
Por lá, a bebida é consumida de manhã, por exemplo, e quando servida para visitas demonstra hospitalidade. O chá também é consumido em intervalos de trabalho, levado em garrafinhas térmicas. No Brasil, as cenas são parecidas, só que protagonizadas pelo cafezinho. “Ainda é difícil você encontrar chá no restaurante, na padaria, numa reunião de negócios. Nos mercados, a maioria das opções é engarrafada ou em saquinho e isso pode reduzir os benefícios e a qualidade do chá e das infusões”.
O chá, a bebida mais consumida do mundo, segundo relatório da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International, vai muito além da cura.
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