No Maio Amarelo, mês da segurança viária, startup de intermediação de viagens rodoviárias anuncia expansão de equipamentos de segurança em ônibus parceiros, priorizando as rotas mais perigosas. Previsão é quadruplicar número de câmeras de fadiga, tecnologia inovadora que avisa sobre sinais de cansaço e desatenção dos motoristas
Maior startup de intermediação de viagens rodoviárias do Brasil com mais de 7 milhões de clientes cadastrados, a Buser vem investindo fortemente para garantir mais segurança nas estradas. Além de reforçar o treinamento de motoristas, oferecendo cursos de reciclagem quando o condutor começa a rodar pelo aplicativo, a Buser está expandindo a instalação de modernos equipamentos de segurança nos ônibus das empresas fretadoras parceiras, chegando a mais da metade da frota fixa equipada até o final do ano.
A startup aproveitou o Maio Amarelo, mês da segurança viária, para anunciar o projeto de expansão que irá quadruplicar a instalação de câmeras com sensor de fadiga. Ainda pouco comum no segmento de viagens de ônibus, o equipamento utiliza inteligência artificial para identificar sinais de cansaço ou desatenção do motorista. Por meio de um sensor, a ferramenta é capaz de definir um padrão nos primeiros cinco minutos de monitoramento do rosto do condutor. A partir daí, identifica variações desse padrão, como a quantidade de piscadas por minuto ou a duração das piscadas.
Atualmente, mais de um terço da frota fixa parceira (cerca de 200 veículos) contam com essa inovação, mas a ideia é chegar a mais de 800 ônibus com a tecnologia embarcada até dezembro. “Desde que começamos a trabalhar com a câmera inteligente, há dois anos, vimos cair em mais de 80% o índice de alertas por conta do uso do celular”, afirma Leonardo Soares, executivo que acaba de assumir a área de Segurança na Buser.
Como mostra uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o cansaço dos motoristas é uma das grandes causas de acidentes de trânsito, em torno de 42% das ocorrências. “Tão importante quanto os equipamentos é a inteligência por trás deles, com o acompanhamento pela nossa central de monitoramento, que intervém toda vez que há um novo alerta. Se for preciso, substituímos o motorista e notificamos a empresa parceira”, conta Soares, que acumula uma boa estrada na busca por mais segurança na mobilidade, tendo trabalhado em outras empresas de transporte fortemente baseadas em tecnologia, como Loggi e 99.
Outro equipamento que já vem sendo instalado nos veículos parceiros e a Buser também vai expandir é a telemetria veicular. O sistema é usado com sucesso para coibir o excesso de velocidade no setor de transporte de cargas há mais tempo. Quando o motorista ultrapassa 90 km/h, um alerta sonoro é acionado, e a startup aplica uma multa à empresa proprietária do ônibus.
“No caso da telemetria com nosso monitoramento, os números são muito positivos: nos últimos cinco meses, os casos de alertas em viagens a partir de 95 km/h caíram 20%, enquanto em viagens acima de 100 km/h a queda foi de 37%”, informa o executivo.
A ferramenta também permite o acompanhamento geral do ônibus, permitindo saber se já chegou ao destino ou saiu com atraso, se passou do tempo de parada ou até se teve algum problema mecânico. Atualmente, mais de 400 ônibus da rede parceira contam com esse sistema. Com o projeto de expansão, o equipamento estará presente nos mesmos 800 ônibus que também terão a câmera com sensor de fadiga.
As empresas parceiras da Buser não possuem nenhum gasto extra em relação aos equipamentos. A aquisição, instalação e manutenção dos equipamentos são custeadas pela startup. Além disso, as viagens nos ônibus que utilizam esta tecnologia custam o mesmo preço das demais, pois dentro da modalidade fretamento colaborativo o valor é definido de acordo com o volume de passageiros e o rateio do frete.
Priorização de rotas perigosas
Para garantir que os equipamentos sejam assertivos na prevenção de acidentes, a Buser está mapeando as rotas mais perigosas. Usando dados públicos da Polícia Rodoviária Federal, a plataforma fará um mapa das rotas com maior número de acidentes no país e com os tipos de ocorrências registradas. A partir disso, vai priorizar o investimento em expansão da tecnologia de segurança nos ônibus que rodam nesses trechos.
O levantamento mostra, por exemplo, que uma das estradas com muitos acidentes é a BR-381, que passa pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Ao identificar um dos trechos mais perigosos da rodovia Fernão Dias, entre os quilômetros 524 e 534, a Buser instalou os equipamentos em mais 18 ônibus da empresa Jundiá, uma das principais fretadoras na região, para que rodem 100% equipados a partir de agora.
Outras medidas de segurança
Para rodar com a Buser, as mais de 600 empresas de fretamento parceiras precisam cumprir uma série de requisitos: da licença para operar até a documentação do motorista, além do histórico de viagens. “Não somos uma plataforma aberta, em que o motorista simplesmente se cadastra. Fazemos questão de conhecer todos os parceiros, vamos até a garagem deles, buscamos entender como eles operam, analisando tamanho e condição da frota. Isso passa também pela questão da educação e conscientização dos motoristas”, reforça Soares.
A Buser oferece ainda um treinamento inicial assim que o condutor começa a viajar pela plataforma. Até a quinta viagem, o motorista tem que seguir uma agenda de seis cursos, incluindo direção defensiva. Depois, há reciclagens periódicas ou em casos de infrações às regras da política da empresa.
O motorista-reserva, uma exigência da ANTT para os casos de viagens mais longas, é cumprido à risca pela plataforma. Aliás, a Buser é até mais rígida do que exige a legislação. Enquanto a lei determina que se tenha o segundo motorista em viagens com mais de 8 horas de duração, a startup obriga a presença do segundo condutor em trechos a partir de 7 horas de viagem ou em percursos superiores a 437 quilômetros – troca que também é monitorada pelos times de Risco e Segurança.
Para mais informações, acesse: www.buser.com.br.