Dia da Gastronomia Mineira

por migracao

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A gastronomia mineira surgiu a partir das culturas europeia, africana e indígena. À mistura dessas culturas adicionaram-se as necessidades de sobrevivência dos habitantes das antigas vilas mineiras e os insumos naturais da região. Assim foi criada uma cozinha criativa, diversificada e única, que hoje é elemento de destaque no contexto cultural, social e econômico de Minas Gerais. Portanto, o surgimento da gastronomia mineira permeia a formação histórica do Estado e é uma marca reconhecida nacional e internacionalmente.


É essa miscigenação de elementos culturais de um povo – seus costumes, saberes e fazeres na produção de alimentos e bebidas – que faz a gastronomia de uma região ou nação. E Minas Gerais, com a generosidade de suas terras, suas múltiplas raízes culturais e a criatividade de seu povo, detém um forte talento quando o assunto é gastronomia. Nos últimos anos, principalmente, a culinária típica mineira ganhou mais atenção – suas raízes e interfaces estão sendo cada vez mais pesquisadas, valorizadas e exploradas. Os resultados já evidenciam um considerável salto qualitativo, e Minas Gerais já é reconhecida como um dos Estados de maior apelo gastronômico no Brasil.


A escolha do Dia da Gastronomia Mineira se deu pela indicação da data de nascimento de Eduardo Frieiro – 5 de julho – num reconhecimento de sua importante colaboração em favor da culinária mineira. O livro “Feijão, angu e couve – ensaio sobre a comida dos mineiros”, do professor Eduardo Frieiro, publicado em 1966 pela UFMG, foi a primeira obra a abordar a culinária mineira do ponto de vista histórico e sociológico, tornando-se uma referência para pesquisadores do tema.


Segundo Ângela Vaz Leão, “‘Feijão, angu e couve’ esboça um quadro da cultura mineira visto não a partir do escritório ou da biblioteca, mas da cozinha da casa. Utilizando informações de várias procedências, dadas por historiadores, viajantes e escritores, ou testemunho e a experiência de amigos e conhecidos de vários pontos de Minas, e até mesmo a sua própria experiência, Frieiro procura mostrar historicamente como se formou uma tradição de culinária mineira, assim como descrever comidas típicas, desde seu preparo e apresentação até seu consumo à mesa.”.


Eduardo Frieiro foi um autodidata que cursou apenas dois anos primários em uma escola estadual do bairro Carlos Prates. Depois ele passou a vida lendo e estudando por conta própria. Foi tipógrafo, revisor, redator, professor universitário. Escreveu diversas obras, ingressou na Academia Mineira de Letras em 1944. Em 1960, ganhou o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. Certamente este homem de origem simples é merecedor do nosso reconhecimento, pois foi um exemplo de amor e dedicação aos estudos, à pesquisa e à leitura.


Tenho a alegria de compartilhar que a iniciativa do Dia da Gastronomia Mineira partiu de um projeto conjunto elaborado por mim, Maria Lúcia Dornas e Vinícius Márcio Horta – um trabalho gratificante que rendeu este fruto histórico. O projeto foi encaminhado ao Governador, que o transformou em projeto de lei em 2012 (3.606/2012). Em 21 de dezembro de 2012, a Assembleia de Minas votou o projeto de lei instituindo o Dia da Gastronomia Mineira (Lei 20.577, de 21/12/2012). Parabéns a todos nós, amantes da cozinha mineira!



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