Dois anos de pandemia: é possível dizer que sobrevivemos?

por Alexandre Sampaio*

Alexandre Sampaio – Créditos Pedro Gelio

 

Neste mês de março, completam-se dois anos desde que o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no país. Não imaginávamos que o coronavírus atingiria o mundo com tamanha severidade. A ideia de que esta situação perduraria por tanto tempo não passou pela nossa cabeça quando o assunto começou a ser debatido.

Por ter mexido em toda a estrutura social e trabalhista, a pandemia da Covid-19 readequou a rotina de milhares de trabalhadores e empresários brasileiros. O registro do desemprego e da falência de empreendimentos disparou em diferentes setores e de modo vertiginoso. No meio turístico, não poderia ser diferente, até porque o segmento é considerado um dos mais afetados pela pandemia.

Foram mais de 50 mil eventos cancelados, cerca de 85% das viagens anuladas, centenas de remarcações e reembolsos de atividades nos setores de turismo e inúmeros ingressos e reservas em meios de hospedagens cancelados, acumulando prejuízo de R$ 485,1 bilhões desde o início da pandemia. A área de turismo, assim como a de eventos e alimentação fora do lar, precisaram se reinventar.

Me pergunto se o setor de hospedagem e alimentação sobreviveu e imediatamente vem a resposta: sim, sobrevivemos. Mas não significa que foi uma tarefa fácil. Dois anos não são dois meses. Foram dois Carnavais cancelados. Dois períodos de festas e férias reclusas, e nossos bares e restaurantes fechados. O brasileiro não podia turistar ou realizar aquela viagem dos sonhos. Não podia visitar os parentes ou celebrar uma festa.

Com istso, uma batalha foi travada para vencer essa crise. Tínhamos um inimigo invisível para derrotar. Não posso dizer que será possível recuperar tudo o que perdemos. É inviável afirmar isso. Contudo, devemos buscar novas formas de trazer momentos de respiro para o turismo, pois, somente desta forma será possível tentar chegar perto de onde estávamos antes da Covid-19. Temos um setor gigante e devemos reconhecer que, ainda com os prejuízos gerais, estamos conseguindo sair mais fortes e mais conscientes do nosso papel em relação à sociedade.

Neste momento, enquanto flexibilizações se iniciam no Brasil, ainda nos perguntamos quando a pandemia vai acabar ou se isso pode vir a acontecer um dia, mas as respostas variam mesmo entre a comunidade científica, pois não existe definição para o fim de uma pandemia. Encontrar maneiras de desacelerar a propagação de uma doença e controlar os seus efeitos podem representar o caminho mais seguro. Nesse cenário, as vacinas e a tecnologia se provaram essenciais e fazem a diferença em todo o mundo.

Com tantos efeitos negativos trazidos pela pandemia, o questionamento que fica é o que conseguimos aprender com ela. São muitas lições, dores e experiências que essa fase nos trouxe, mas, sem dúvida alguma, estamos prontos para enfrentar uma fase de recomeço. O momento é de respirar fundo, enxergar a luz no fim do túnel e arregaçar as mangas para todo o trabalho que está por vir.

*Presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

Divulgação: Proativa Comunicação

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