Há uma máxima que diz: o bom vinho nasce no vinhedo. E essa é uma grande verdade. O vinho é um produto agrícola que nasce das mãos de homens e mulheres dedicados ao conhecimento profundo do solo e do clima onde trabalham. O respeito ao meio-ambiente é essencial para uma produção sadia e sustentável, daí a importância crescente do cultivo orgânico. A produção de vinho possui duas grandes fases: o cultivo e a vinificação. O primeiro acontece na terra e, o segundo, na adega. Para ser considerado um vinho orgânico a produção das uvas deve excluir o uso de aditivos.
O objetivo da viticultura orgânica é trabalhar em conjunto com a natureza a fim de potencializar a biodiversidade presente no vinhedo. De acordo com Natália Cacioli, sommelière da Evino, os produtores utilizam recursos naturais para controlar pragas. “Ovelhas se alimentam de ervas daninhas e de outras plantas que podem interferir no desenvolvimento das vinhas, então esse é um dos métodos para garantir a saúde do vinhedo”. No final das contas, a vinícola se transforma em um ecossistema que pode combater seus problemas de forma auto suficiente, sem a necessidade de agentes artificiais. “Encontrar esse equilíbrio pode ser extremamente difícil e caro para o produtor. O desafio em países mais quentes e úmidos, por exemplo, é ainda maior”, pondera Natália.
Mas você deve estar se perguntando qual é o diferencial de um rótulo orgânico para um rótulo vegano, sendo que vinho nada mais é que o suco da uva fermentado. Essa diferença se dá porque o processo de fabricação pode ser bem mais complexo do que se pensa e pode definir, inclusive, se um vinho é vegano ou não. Isso porque para chegar límpida e brilhante à taça, a bebida passa por um processo chamado clarificação.
O vinho, como um produto natural, tem substâncias que podem deixá-lo turvo e com sedimentos. Por isso, o líquido é normalmente filtrado e clarificado. Esse processo é realizado por meio de soluções que funcionam como “ímãs” para a retirada de sedimentos – e os mais populares são derivados de animais.
Para fornecer alternativas veganas, alguns produtores têm utilizado outros materiais, como placas de fibras vegetais, carbono, pedra calcária, argila de caulim e gel de sílica. “A substância utilizada, seja de origem animal ou não, é retirada do vinho, mas está presente no processo de produção. E para informar o consumidor sobre esse processo, existe a classificação de vinho vegano”, pontua a sommelière.
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