Hotelaria: taxa de ocupação cresceu, mas receita segue em queda no Brasil

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O setor brasileiro de hotelaria registrou, em 2017, uma discreta recuperação na ocupação média, que chegou a 56,5%, contra os 55,2% registrados em 2016. O aumento da ocupação não se refletiu, entretanto, sobre os resultados financeiros.

A diária média sofreu uma redução de 6,7% em 2017, se comparada ao ano anterior, atingindo o menor valor desde 2011. Já a receita por quarto disponível (Revpar) caiu pelo terceiro ano consecutivo, registrando um resultado negativo de 4,4% em 2017, na comparação com 2016.

Os dados integram a pesquisa “Hotelaria em números”, realizada pela divisão de Hotéis e Hospitalidade da consultoria imobiliária JLL, em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) e a Associação Brasileira de Resorts (ABR). O estudo foi elaborado com base em questionários preenchidos por mais de 490 hotéis, resorts e flats sobre seu desempenho em 2017.

Resultados regionais
Segundo a pesquisa, São Paulo, Fortaleza, Curitiba e Salvador foram as cidades com melhor desempenho em 2017. Já os mercados que tiveram maior crescimento de oferta de quartos entre 2014 e 2016, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus, registraram queda na taxa de ocupação, além de uma redução mais acentuada no Revpar, se comparados à média geral do País.

“O segmento de negócios foi responsável por quase 75% da demanda por quartos, com ocupação concentrada em hotéis urbanos”, explica Ricardo Mader, diretor de Hotéis e Hospitalidade da JLL para a América do Sul.
“Vale lembrar, entretanto, que os hotéis tiveram que negociar as diárias com as empresas a fim de manter o volume de ocupação, o que se refletiu sobre o Revpar e o valor médio das diárias”, ressalta o executivo.

A despeito dos resultados do último ano, a expectativa é que o setor hoteleiro apresente um desempenho mais favorável em 2018, com a retomada na taxa de ocupação e o crescimento da receita por quarto disponível.

“A abertura do Four Seasons no final do ano, em São Paulo, reforça esse sentimento e mantém a expectativa prevista no começo do ano”, completa Mader.

Hotéis Urbanos
A pesquisa mostra ainda que os hotéis urbanos tiveram uma performance melhor que a do ano anterior. Com uma ocupação de 56,5% frente aos 55,2% de 2016, o segmento mostra uma recuperação após três anos seguidos de queda.

No entanto, apesar do resultado positivo da ocupação, tanto a diária média quanto o Revpar registraram queda de 6,7% e 4,4%, respectivamente.

Por conta do baixo desempenho, os investidores não ficaram motivados para desenvolver novos hotéis e nenhum grande projeto foi anunciado no ano. As transações foram baixas no período, mas é possível destacar a compra do Hotel Windsor Atlântica em Copacabana pelo Fundo Blackstone, convertendo-o para a marca Hilton.

Resorts
Os resorts tiveram um aumento de 1,3% na ocupação em 2017, na comparação com o ano anterior. Porém, a receita total por apartamento ocupado foi 7,4% menor se comparada a 2016.

De acordo com a pesquisa, há 119 resorts no país, sendo 32 de cadeias nacionais, 25 de internacionais e 62 são independentes. A maior parte (59,7%) fica no litoral e 40,3% estão no interior.

Assim como no caso dos hotéis urbanos, o baixo desempenho não atraiu investidores e as transações foram baixas, com destaque para o grupo Rio Quente Resorts que adquiriu o Resort Costa do Sauipe na Bahia.

Turistas Estrangeiros
Em 2017, o número de turistas estrangeiros que vieram ao Brasil ficou praticamente estagnado, com uma discreta alta de 0,6% frente a 2016, totalizando 6,6 milhões de visitantes.

Deste total, 40% dos turistas vieram da Argentina e 7% dos EUA. Os visitantes estrangeiros costumam gastar, em média, R$ 383 em diárias de hotéis urbanos e abaixo de R$ 800 em diárias de resorts.

Fonte: Brasilturis

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