Leve-me com você!

por migracao

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Bruno Siqueira*


As cervejas artesanais têm ganhado cada vez mais espaço entre os consumidores brasileiros, que passaram a apreciar os diferentes tipos da bebida mais consumida no mundo e as peculiaridades que envolvem todas as etapas de seu processo produtivo, desde a formulação e a seleção dos ingredientes, a fabricação até o produto final e sua harmonização.


Percebo hoje, como um grande admirador de cerveja artesanal, que ela combina com vários momentos da vida e também com nossas inspirações. A escolha por uma pale ale clássica, por uma imperial stout, por uma vienna lager ou uma weiss tem a ver não só com a preferência por este ou aquele sabor, mas também está ligada às nossas sensações e ao nosso humor naquele momento. E essa experiência sensorial também deve ser transmitida no momento da compra, quando o consumidor decide por uma cerveja na gôndola para acompanhar uma ocasião, ou mesmo por que o rótulo de alguma forma lhe chamou a atenção e lhe fez o convite. É neste ponto que quero chegar.


Num mercado tão competitivo como o da cerveja, em que as artesanais despontam como as grandes vedetes do setor, ocupando 5% do mercado juntamente com as industriais premium e com as importadas, como alcançar o consumidor que busca por novos sabores ou fazer com que o fã de uma marca mude de ideia e aceite o convite para experimentar algo novo? O segredo, além da qualidade, está na maneira de apresentar o produto por meio do visual.


O rótulo deve contar uma história, que remeta a lembranças e a sensações que façam com que o consumidor aceite este convite. Não se trata de inventar a roda, mas de projetar o que a marca espera que o cliente sinta ao provar a cerveja. Não à toa, temos tantos nomes diferentes no mercado que evocam sensações. Há desde a associação batida e repetitiva com a mulher: loira, morena, ruiva, negra, pin up ou extremamente sexy, às marcas que valorizam o design retrô nos rótulos e evocam imagens que povoam a nossa imaginação, como personagens do folclore brasileiro, histórias em quadrinhos, referências ao velho oeste americano, aos ingredientes usados na produção, entre outras. Aliás, a cultura americana serve de inspiração para a criação de muitos rótulos de cervejarias artesanais, assim como a cultura alemã e belga, referências quando o assunto é cerveja.


O momento de criação desta história contada pelo rótulo deve aliar a mensagem que a marca quer passar ao consumidor a um apelo estético capaz de promover a venda e a experiência gustativa. A escolha de cores, da tipografia, das ilustrações diz muito sobre o produto: se é festivo, se remete à tradição, se é jovem, moderno, se é mais leve ou com corpo acentuado. E é o conjunto da obra que seduz. Além das sensações, há o convite final, que deve ser certeiro: “Leve-me com você!”



*Bruno Siqueira é designer gráfico e sócio da agência Congo, que desenvolve projetos multidisciplinares ligados à criação de marca, branding, identidade visual e rótulos para cervejarias artesanais.


Divulgação: AtitudeCom comunicação

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