Marcelo Papa conta em live os desafios de colher e vinificar uvas em plena pandemia


Um presente dos céus, uma surpresa da terra

Embora 15% menor, a colheita 2020 foi superior em qualidade, mesmo em tempos de pandemia

Na quinta feira, dia 4, o enólogo e diretor técnico da vinícola Concha y Toro, Marcelo Papa, que é responsável pelos vinhos Marques de Casa Concha,  teve um bate papo com um grupo pequeno e seleto através da plataforma online Zoom. Durante a conversa, o enólogo explicou sobre os desafios de colher e vinificar uvas em plena pandemia e as lições que tirou da experiência.

Para este bate papo, a vinícola enviou para cada integrante uma garrafa de Marques de Casa Concha Chardonnay 2017 e uma de Casillero del Diablo Carmenere 2018 Reserva.

O enólogo Marcelo Papa, começou a conversa agradecendo à natureza e comentando que a colheita em 2020 foi um presente dos céus na elaboração dos vinhos da Concha Y Toro.  Graças ao atípico clima quente e seco que marcou a safra, adiantando a maturação das uvas, o avanço do Covid -19 chegou em um momento em que a colheita já havia sido realizada, embora, normalmente a safra não termine antes de maio. No dia 31 de março, por exemplo, a vinícola já tinha cerca de 70% das uvas colhidas. Em um ano normal, tem-se cerca de 30% das uvas colhidas nos vinhedos. Em Limarí (ao norte de Santiago), a colheita aconteceu em datas próximas à de 2019. As variedades mais importantes foram colhidas por volta dos dias 15 a 20 de fevereiro, antes da chegada do coronavírus ao Chile. Entre os desafios, as viagens reduzidas e medidas para reduzir o contato entre as equipes.

Já no que tange à maturidade fenólica, esta foi bem avançada e bastante alinhada com a maturidade alcoólica. “Estamos muito felizes com a qualidade alcançada e podemos dizer que esta colheita será melhor que a de 2019, principalmente em Limarí e Maipo.“O mais difícil de tudo foi o cuidado e a preocupação com as pessoas e saber tomar as decisões certas para proteger a saúde de todos. Não tenho dúvidas de que, com tudo isso, tiraremos muitas lições, técnicas e humanas”, diz Marcelo Papa. A empresa tomou todas as precauções para proteger funcionários e a continuidade das operações.Além dos cuidados nas vinícolas, foram realizadas medidas de higienização preventivas nas instalações, fornecimento de equipamentos de proteção e recursos para os trabalhadores, salvaguardas especiais para grupos de risco, planos de trabalho online e flexibilidade de mão-de-obra. E todos mantiveram-se muito atentos às indicações do governo e da Organização Mundial da Saúde. Devido ao fato de a maioria das vinícolas da Cocha Y Toro estar longe das grandes cidades, o risco de contaminação foi menor, já que o vírus se propaga mais nitidamemte nos grandes centros urbanos.

Sobre as regiões e vinhedos que se destacaram, o enólogo destaca o norte , especificamente o vale de Limarí, onde o clima mostrou-se muito semelhante à safra 2018, em termos de radiação solar, luminosidade e temperatura, ano aliás, com características notáveis. Limarí, portanto, se destacou produzindo ótimos Chardonnay e Pinot Noir. Na zona central, vale do Maipo, berço dos Cabernet Sauvignon, notou-se também um desenvolvimento precoce das vinhas. Em geral, a colheita alí é concluída em meados de maio, mas este ano foi quase um mês antes. No vale do Rapel, as Carmenere também apontaram colheita antecipada, com o clima igualmente mais quente. No Maule, mais próximo à Cordilheira dos Andes, e mais afastado do mar, não chegou-se a ter uma temperatura tão quente quanto à colheita de 2017, repetindo-se ali também a antecipação de 3 semanas, em comparação aos outros anos.

 

Sobre Marcelo Papa e os vinhos Marques de Casa Concha

Super premiado, e diretor técnico da Concha Y Toro, Marcelo Papa está à frente dos vinhos Marques de Casa Concha há mais de dez anos. Foi enólogo do ano em 2004 pelo Guide to Chilean Wine, e em 2007, pela Chilean Circle of Wine Writers e Chilean Food and Wine Association. Em 2019 conquistou novamente a posição de melhor enólogo do ano pelo Chile Special Report do Tim Atkin.

Desde sua criação, Marques de Casa Concha tem sido amplamente reconhecido pela imprensa internacional e conquistado menções por 5 vezes na lista dos 100 melhores vinhos do mundo pela Wine Spectator. São vinhos fiéis à expressão de origem e variedade, e que representam a diversidade de terroirs do Chile. Experimentar novas técnicas de vinificação e manter o espírito inovador da marca, somando-se à habilidade de dar aos vinhos personalidade e sentido de origem, é o que move o enóogo Marcelo Papa a criar rótulos excepcionais, e o que faz dele um dos profissionais mais reconhecidos e respeitados do Chile.

Marques de Casa Concha Chardonnay

O Marques de Casa Concha Chardonnay é produzido no Vinhedo Quebrada Seca, em Limarí, Chile, a somente 22 quilômetros do oceano Pacífico, na margem norte do rio Limarí. Os solos são argilosos e ricos em carbonato de cálcio; as temperaturas são frias e as manhãs nebulosas, o que permite que a fruta amadureça lentamente e sejam obtidos, por fim, vinhos mais frescos.  Com potencial de guarda até 2023 o vinho tem coloração amarelo claro. É um vinho complexo, elegante e vibrante, que proporciona sabores de pera branca com notas minerais e notas de avelãs torradas. Profundamente concentrado, com uma textura sedosa e camadas de pera e figo maduro, além de sabores minerais, final longo e vibrante. Harmoniza bem com Mariscos e peixes em molhos com manteiga, queijo ou creme; carnes brancas como coelho, peru, porco ou aves de caça; pratos leves à base de legumes ou grãos; curries suaves à base de leite de coco; ravioli, lasanha e polenta com molhos brancos.

Divulgação: Lucia Paes de Barros

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