A rede Slaviero Hotéis faturou R$ 180 milhões em 2017 e tem um plano de expansão ambicioso para os próximos anos.
Com 26 unidades atualmente, a rede está presente em 13 cidades e seis estados brasileiros, mas dez novos empreendimentos estão programados para entrar em operação nos próximos dois anos, elevando o número de apartamentos dos atuais 3242 para 4874.
Do total de hotéis da rede, apenas um é próprio – o Conceptual Palace, de Curitiba, fundado pela família em 1981. Todos os outros são empreendimentos de terceiros que a Slaviero apenas administra.
À frente do negócio, Eduardo Slaviero Campos, 46, é o profissional que se encarregou de desenvolver esse modelo de atuação. “Aos 20 anos, fui trabalhar no hotel da família e lá conheci todas as áreas e operações do negócio”, diz ele.
Formado em administração de empresas, Campos começou a desenvolver o projeto de administração hoteleira no final de 1999, seguindo essa tendência internacional que já começava a ser adotada também no Brasil. “É a opção que tínhamos para crescer, porque a expansão na área de hotelaria exige muito capital”, diz.
O primeiro hotel administrado pela Slaviero foi inaugurado em 2001 e, desde então, a rede segue prospectando novas oportunidades de negócios. A empresa pode tanto assumir a administração de um hotel que já está em funcionamento como desenvolver o negócio do zero para algum investidor.
Neste caso, Campos diz que é importante conversar antes mesmo da elaboração do projeto arquitetônico, porque a atividade hoteleira tem características que devem ser levadas em conta no projeto para não impactar posteriormente a gestão e os custos operacionais. “Às vezes, o projeto contempla várias entradas, obrigando o estabelecimento a ter mais de um porteiro.
Se o hotel tem um bar, e este está separado do restaurante, é preciso ter duas equipes de garçons”, exemplifica. “Dependendo do projeto arquitetônico, tenho de 20% a 30% mais pessoas para fazer o mesmo trabalho.” Atualmente, a rede conta com 1200 funcionários.
A Slaviero assume 100% das operações dos hotéis, desde a área comercial até o departamento de RH e a gestão financeira e contábil.
A parte comercial é a mais estratégica para o negócio, segundo o executivo. “Visitamos empresas, operadoras, agentes de viagens e agências online o tempo todo. É importante ter um bom relacionamento e estratégia de preço e de disponibilidade de apartamentos adequados para conseguir maximizar as vendas”, afirma Campos.
A taxa média de ocupação da rede é de 63%, mas há praças mais eficientes. Em São Paulo, por exemplo, a ocupação gira em torno de 70%. Segundo Campos, os últimos anos têm sido difíceis para a hotelaria.
Em 2018, apesar de um começo de ano promissor, os últimos meses não confirmaram a tendência de alta. “Sentimos muito os efeitos da greve dos caminhoneiros. Neste ano, não devemos crescer mais do que 5%”, diz.
No cronograma de inaugurações da Slaviero Hotéis estão empreendimentos em estados em que a rede não está presente atualmente, como Manaus, no Amazonas, e Campina Grande, na Paraíba. Quatro dos dez hotéis planejados têm previsão de lançamento no segundo semestre do ano.
A maior parte das unidades da rede tem acomodações enxutas, dedicadas a executivos em viagens de trabalho, mas a empresa tem prospectado negócios para aumentar sua presença no segmento de lazer, com opções em destinos turísticos como Balneário Camboriú, Florianópolis e Maceió.