Governador do RS propõe fórum permanente de discussão com entidades do segmento para construir medidas e avaliar necessidades da cadeia produtiva
De um lado está o setor vitivinícola que busca o aumento da competitividade do vinho. De outro, o Governo do Estado que anseia por ganhos que possam ampliar seus recursos e, com isso, viabilizar ações estruturantes. A aproximação entre as partes, gerada em razão da discussão em torno da proposta de Reforma Tributária RS que o Governador Eduardo Leite acabou retirando na quarta-feira, 23, abriu as portas para uma construção conjunta e permanente em torno das medidas e necessidades de ambos.
Isso somente foi possível graças a abertura da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), juntamente com a Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), a Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e o Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivadas da Uva e do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho RS), ciente da realidade enfrentada pelo Estado. “Construímos uma relação de reciprocidade, onde ambas as partes estão cientes de suas demandas. Encontramos no Governo do Estado acolhida para discutir juntos o que é melhor para ambos. E assim vamos seguir, sempre pautados nos interesses do setor”, destaca Deunir Argenta, presidente da Uvibra.
A ideia é manter um fórum permanente de discussão com o envolvimento da Casa Civil e das Secretarias da Fazenda e da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Comprometido a colaborar com o setor, Leite também ficou de abrir portas em outros Estados onde a Substituição Tributária do vinho também possa ser eliminada. Antiga demanda do setor vitivinícola, a ST do vinho foi extinta no RS através de decreto que entrou em vigor em 1º de agosto do ano passado. De lá para cá, São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Paraná seguiram o exemplo, compreendendo e favorecendo o vinho nacional. Agora, a ideia é fazer com que o Rio de Janeiro e Minas Gerais, assim como outros, façam o mesmo. “Essa interlocução é fundamental para avançarmos nessa questão. Também estamos trabalhando para que o suco de uva seja contemplado, assim como o vinho e o espumante”, assegura Argenta.
Entre os assuntos discutidos no encontro está a dificuldade enfrentada pelas vinícolas em relação ao fornecimento de garrafas. Com a pandemia e a mudança de hábitos do consumidor, que passou a apreciar mais vinhos brasileiros em casa, as vendas ganharam um impulso, aproximando-se do desempenho de 2016. A grande expectativa e aposta do setor agora é o último trimestre com a venda de espumantes. Entretanto, a indústria já vem enfrentando problemas para a compra de garrafas, situação que poderá prejudicar o setor. Sendo assim, a Uvibra também solicitou ao Governador que sejam adotadas gestões necessárias para ampliar a oferta de vasilhame, estabelecendo um sistema concorrencial mais adequado. A instalação no Estado, de uma nova fábrica de garrafas, destinada ao envasamento dos vinhos e derivados da uva, é a alternativa discutida.
Outra pauta terá avanço no dia 7 de outubro, quando está agendada a assinatura da liberação do Fundovitis, marcada pelo próprio Governador com publicação no Diário Oficial do Estado no dia 14 de setembro. A gestão dos R$ 12 milhões será de responsabilidade do Consevitis, que atuará na promoção do vinho nacional.