Sociedade Brasileira de Cardiologia apresenta a I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular

por migracao

Sociedade Brasileira de Cardiologia apresenta a I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular


Publicação reviu as evidências científicas dos principais efeitos para o coração dos diferentes tipos de gorduras e estabeleceu novos graus de recomendação


Com o objetivo de orientar profissionais da área da saúde sobre as novas recomendações de ingestão de gordura, 31 profissionais da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), entre endocrinologistas, cardiologistas e nutricionistas, acabam de concluir a mais ampla cartilha já feita sobre a associação entre o consumo de gorduras e as doenças cardiovasculares. A I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular teve como base a análise minuciosa de uma centena de estudos nacionais e internacionais publicados nos últimos vinte anos.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença Cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais. A base para a prevenção de eventos cardiovasculares tem sido, nas últimas décadas, o controle rigoroso dos fatores de risco, como pressão arterial e redução dos níveis de LDL-colesterol, mais conhecido como colesterol “ruim”.


Muitos fatores podem contribuir para o aumento do colesterol, como tendências genéticas ou hereditárias, obesidade e atividade física reduzida. No entanto, um dos fatores mais comuns é a dieta. “Por muito tempo, a redução das gorduras da alimentação tem sido recomendada como parte de uma vida saudável. Entretanto, é fundamental ter conhecimento sobre a qualidade e quantidade das gorduras a serem utilizadas para se elaborar um plano alimentar equilibrado, prazeroso e especialmente, saudável ao coração”, comenta a Doutora Roberta Lara Cassani*.


As gorduras podem ser ótimas aliadas para quem luta contra as altas taxas de colesterol. Basta saber por quais tipos optar. As saturadas, junto com as gorduras trans, são as mais prejudiciais à saúde do coração. De acordo com a Diretriz, o consumo de gordura saturada e trans está classicamente relacionado com a elevação do LDL-colesterol (colesterol ‘ruim’) e o aumento de risco cardiovascular. Estão presentes em alimentos de origem animal, como carnes, bacon, pele de frango, ovos, leite, manteiga, além de óleo de coco e chocolate. Devem ser consumidas em pequenas quantidades.


Já as gorduras Insaturadas não favorecem o aparecimento de doenças cardiovasculares e podem ser divididas em monoinsaturadas, cujas maiores fontes são o azeite de oliva e o abacate, e poliinsaturadas, como o Ômega-3, presente nos peixes de água fria, e o Ômega-6, encontrado nos óleos de canola e soja.


A substituição de gordura saturada da dieta por mono e poliinsaturada é considerada uma estratégia para o melhor controle da elevação do colesterol e consequente redução da chance de eventos clínicos. O estudo recomenda para adultos o consumo de quantidades menores que 10% do valor energético total da dieta em ácidos graxos saturados para a redução do LDL-colesterol (colesterol ‘ruim’).


Estudos também fornecem evidências de que a substituição de gorduras saturadas e carboidratos refinados (açúcar, pão branco, arroz branco, batata) por poli-insaturados Ômega-6, ao redor de 5% a 10% de energia consumida, reduz o risco de doença cardiovascular, sem evidências clínicas de eventos adversos. Além disso, o consumo de ácidos graxos Ômega-3 de origem vegetal pode proteger contra eventos cardiovasculares. Substituir gordura saturada da dieta por poliinsaturados, incluindo Ômega-6, deve ser recomendado por profissionais da saúde para otimizar a redução dos níveis plasmáticos de LDL-colesterol.


As gorduras também desempenham papéis importantes no organismo humano: além do fornecimento de energia, servem de base para a formação de diversos hormônios em nosso corpo, inclusive os hormônios sexuais. “Sem a gordura, o organismo não consegue, por exemplo, absorver as vitaminas A, D, E e K, que são lipossolúveis (só se dissolvem na gordura), provocando a carência de vitaminas”, diz Dra. Roberta.  Para um adulto, a recomendação é de que no máximo 35% da sua ingestão diária de calorias possam ser provenientes das gorduras, lembrando que o consumo das gorduras saturadas não deve ultrapassar 10% dessa ingestão calórica.


Para manter o coração com saúde é necessário manter uma alimentação equilibrada e ter hábitos de vida saudável.  O café da manhã é uma das refeições mais importantes do dia e por isso deve ter uma atenção especial. “Para montar um café da manhã nutritivo, com gorduras “boas”, é essencial dar preferência ao leite, iogurtes e bebidas lácteas desnatados. Escolha pães com maiores quantidades de fibras e utilize com uma porção de creme vegetal. Não esqueça das frutas, e uma boa opção é incrementá-las com aveia ou linhaça”, sugere.


*Roberta Soares Lara Cassani é Doutora em Investigação Biomédica pela FMRP- USP, Pesquisadora Colaboradora do LIMED –UNICAMPAP e Membro do Núcleo de Nutrição e Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Possui Título de Especialista em Cardiologia pela SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).


Referências: I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular


Divulgação: Concept PR
Juliana Medrano – (11) 4095-2915 – juliana.medrano@conceptpr.com.br

Os comentários estão desativados.

Mais Notícias



VOLTAR