Os números do Turismo – um dos segmentos mais afetados com a crise do coronavírus – ainda devem demorar a voltar aos patamares de antes da pandemia. Mesmo que toda a população seja vacinada ainda neste ano, o faturamento anterior à Covid-19 só deve ser alcançado em 2022.
No estado de São Paulo, a arrecadação com o turismo de lazer e negócios corresponde a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. O governo acredita que este setor, a partir de agora, deve ser o que vai representar a maior retomada de empregos. Porém, segundo os especialistas, isso deve depender diretamente do ritmo da vacinação contra a Covid-19.
Um estudo inédito feito pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, em parceria com pesquisadores da USP, baseou-se em três possíveis cenários de retomada: otimista, provável e pessimista.
No cenário otimista, a pesquisa considera a possível entrada de novas vacinas no Plano Nacional de Imunização (PNI), com 306,8 milhões de doses aplicadas no Brasil, ainda em 2021. No provável, o levantamento estima que o cronograma, programado para este ano, vai ser mantido com cerca de 172 milhões de doses.
Já no cenário pessimista, os pesquisadores projetam o que pode acontecer se houver atraso nos envios de insumos e na fabricação das vacinas, o que poderia resultar em apenas 90 milhões de doses aplicadas este ano. Neste último caso, a recuperação do setor de turismo levaria muito mais tempo.
Empregos
Caso alguma das perspectivas se concretize, o impacto é direto no mercado de trabalho. No cenário otimista, a previsão é gerar 172 mil empregos no setor, até o fim do ano, com arrecadação de R$ 63 bilhões, 4% maior que em 2019, antes da pandemia.
No provável, vão ser 116 mil empregos retomados ainda em 2021, com uma arrecadação de cerca de R$ 54 bilhões de reais. Já no pessimista, seriam 65 mil empregos este ano e a arrecadação ficaria em pouco mais de R$ 44 bilhões.
A vacinação em idosos já tem gerado reflexos na venda de pacotes de viagens, afirma Willians Barreto Silva, dono de uma agência de turismo há 20 anos. “Com a aceleração das vacinas para os idosos, a gente sentiu que eles estão procurando cada vez mais. Eles estão realmente voltando e isso da esperança, então a vacina chegando às pessoas de 50 e 40 anos, a gente acredita que esse pessoal vai retomar com força a procura por viagens”, afirma.