Turismo focado em saúde e bem-estar deve impulsionar retomada do setor no pós-pandemia

por Cláudio Cordeiro, Diretor de Hospitalidade da TOTVS

É inegável que, mesmo depois que a pandemia acabar, o turismo vai mudar bastante, tanto nas viagens de trabalho como de lazer. O setor como conhecíamos não existe mais e precisa se reinventar para uma retomada bem-sucedida, com cuidados extras sempre presentes.

Viajar é uma necessidade humana. Sair de casa, conhecer outros lugares e culturas é uma das melhores atividades de lazer e entretenimento do ser humano. Mas, mais do que isso: viajar pode ser uma questão de saúde, tanto mental como física. Para se ter uma ideia do impacto potencial, os viajantes em busca destinos focados em sua saúde e bem-estar gastam, em média, 178% a mais em viagens domésticas e 53% naquelas internacionais, segundo dados do Global Wellness Institute (GWI).

Desde a Roma Antiga, a busca por saúde e bem-estar é um dos principais impulsionadores da migração temporária de pessoas. Já naquela época, pessoas que tinham problemas de saúde buscavam regiões famosas pelos banhos termais que teriam propriedades terapêuticas ou pelo ar puro das montanhas, por exemplo.

Voltando para hoje, o chamado wellness tourism (turismo de bem-estar) vem ganhando muito mais espaço no mercado. Ainda de acordo com o GWI, entre 2015 e 2018, ou seja, antes mesmo da pandemia, o setor já vinha crescendo 6,5% a cada ano, aumentando seu lucro de US$ 563 bilhões para US$ 639 bi. Agora, a expectativa é que este tipo de turismo ganhe ainda mais força agora na retomada do setor.

A razão pela expectativa de crescimento é a tendência do aumento do número de viajantes com o objetivo de encontrar o bem-estar não apenas físico, mas também emocional, depois de um período desafiador como a pandemia. Ou seja, roteiros que conseguem unir o contato com a natureza a cuidados especiais passam a ganhar força neste novo momento. Em um contexto pós-pandêmico, em que foi preciso se isolar dentro de casa, pensar em viagens que priorizem e promovam a saúde e bem-estar pode ser a peça-chave para alavancar o setor – e no Brasil essa tendência pode ser ainda mais promissora!

O país possui uma variedade impressionante e indiscutível de destinos ideais para a promoção do bem-estar. Desde o século XIX até meados do século passado, era comum que cidadãos que viviam nas cidades grandes procurassem refúgio em regiões mais calmas ou próximas da natureza. Assim, criaram-se “rotas do bem-estar” que vão de norte a sul do país, como os circuitos das águas de São Paulo e Minas Gerais, as regiões de serra, as chapadas e as praias paradisíacas do nosso litoral.

Hoje, hotéis e pousadas destas e de outras regiões do país têm investido cada vez mais na experiência do hóspede, com atrativos que vão muito além de boas acomodações. Estabelecimentos que oferecem serviços como spas, massagens, aulas e diferentes tipos de terapias para seus hóspedes, além de alimentação saudável, ar puro, exercícios ao ar livre e práticas mentais certamente saem na frente neste momento de retomada.

E, assim como em todas as áreas da gestão hoteleira, investir em planejamento e mão de obra capacitada é a chave do sucesso dessa estratégia. Para além de oferecer os serviços, hotéis e pousadas que querem proporcionar experiências exclusivas para seus hóspedes precisam dar atenção à logística para que tudo saia conforme o planejado. Manejar o quadro de profissionais disponíveis, controlar a compra de insumos necessários, cuidar do seu fluxo de caixa e agenda é apenas o começo dos pontos que merecem atenção, e a tecnologia é a ferramenta fundamental para apoiar esse cenário.

Além de um sistema de gestão específico para o setor hoteleiro, é preciso sair da superfície e explorar de fato tudo que a tecnologia tem a oferecer para o negócio. Mais do que automatizar processos e centralizar informações, é hora de priorizar a experiência do hóspede e entender como as ferramentas tecnológicas podem apoiar o atendimento ao consumidor da Era Digital, que quer resolver tudo em poucos cliques e sem a necessidade de um intermediário. Por isso, mobilidade, agilidade e praticidade são palavras de ordem para atender um hóspede que quer fugir de dores de cabeça e, pelo contrário, quer planejar uma viagem para relaxar.

É importante lembrar que a tecnologia não funciona sozinha. Ela precisa de pessoas para cumprir seu propósito de analisar os dados de maneira inteligente, atribuindo ideias, insights e valor para boas tomadas de decisão. Com a experiência do cliente no centro do negócio, o hoteleiro poderá se reinventar e focar seus esforços em promover experiências inesquecíveis para os viajantes que buscam dias de descanso, saúde e bem-estar.

Divulgação: idealhks.com

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