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Outrora a maior referência em hospedagem da capital, o antigo Salvador Praia Hotel, atravessa um período de incertezas sobre seu novo destino enquanto sua estrutura deteriora lentamente
Quem passa atualmente pela Avenida Oceânica, no bairro de Ondina, percebe uma estrutura predial cercada por tapumes que se diferencia bastante dos outras edificações vizinhas, principalmente se levar em conta que, logo ao lado daquela área fica o hotel e centro de convenções Othon Palace.
Outrora a maior referência em hospedagem da capital, o antigo Salvador Praia Hotel, atravessa um período de incertezas sobre seu novo destino enquanto sua estrutura deteriora lentamente, tornando a vista da avenida ainda mais contrastante.
Contando com uma área que inclui 163 apartamentos, piscina, restaurantes e centro de convenções, o antigo hotel agora é só uma sombra dos tempos em que foi considerado o melhor estabelecimento de hospedagem da região nordeste.
Por trás do tapume, um cenário de abandono pode ser percebido em mínimos detalhes, e mesmo que o acesso à área interna do local esteja restrita, é possível constatar apenas pela área externa, que o lugar padece de qualquer manutenção.
O hotel ainda possui uma área que dá acesso à praia de Ondina, e onde fica também um espaço de festas e eventos que está literalmente “caindo aos pedaços”, com uma tenda cheia de buracos, e sua estrutura de ferro carcomida pelo salitre.
O prédio em si, está com as paredes descascadas, e a armação das janelas dos apartamentos agora manifestam um tom “amarelado”, evidenciando a falta de limpeza.
Na área que fica mais próxima da avenida, é possível notar um matagal que cresce, e vai tomando o prédio acumulando lixo, e servindo de abrigo para animais peçonhentos.
Para quem passa pelo local quase todos os dias, como é o caso do empresário Irandhir Cortez – que faz caminhadas regulares pela orla do bairro –, é preciso que o poder público interfira para evitar transtornos.
“Não é de hoje que as pessoas reclamam deste prédio. Para quem reside aqui, o período pós-chuva é um perigo constante. A quantidade de água parada que fica nesse lugar é o suficiente para contaminar o bairro todo”, reclamou.
A aposentada e moradora da Ondina, Maria das Graças de Melo tem uma posição semelhante e ainda questionou como um local como esse ficou tão abandonado.
“É simplesmente impossível de acreditar como um prédio tão avariado fica há mais de cinco anos sem qualquer utilidade, e ocupando uma área nobre e privilegiada da cidade”, afirmou ela, confirmando que os casos de dengue que aparecem no bairro nos últimos anos, tem como a mais forte suspeita de foco, o antigo hotel.
Histórico
Desativado há seis anos, o Salvador Praia Hotel já foi símbolo de glamour, e orgulho do trade turístico da capital baiana. O local foi o primeiro estabelecimento hoteleiro da região Nordeste a ganhar a classificação cinco estrelas concedida pela Embratur.
Desativado há seis anos, o Salvador Praia Hotel já foi símbolo de glamour, e orgulho do trade turístico da capital baiana. O local foi o primeiro estabelecimento hoteleiro da região Nordeste a ganhar a classificação cinco estrelas concedida pela Embratur.
Após enfrentar uma série de crises financeiras, o hotel – que era administrado pela rede pernambucana Monte Hotéis – fechou as portas em março de 2009, e, em novembro do mesmo ano, a prefeitura desapropriou o prédio.
Estima-se que, naquela época, a área do hotel chegava a valer R$ 25 milhões. Desde então, sua finalidade tem sido abrigar estrutura de camarotes durante o carnaval soteropolitano, a exemplo do Nana e do Harém.
O local permaneceu sem outras utilidades até que a incorporadora Moura Dubeux anunciou, durante o Casa Cor 2011, que o prédio seria demolido para dar lugar a dois empreendimentos imobiliários de alto padrão denominado Beach Class Ondina.
Porém, desde a judicialização do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e da Lei de Ordenamento do Uso do Solo (Lous) de Salvador, empresas do setor de construção civil temem em erguer novas estruturas, e projetos do mercado imobiliário como este permanecem no papel, enquanto uma nova legislação para construir não é definida.
Fonte: Tribuna da Bahia