WTM Latin America encerra edição 2022 com recorde de visitação

Evento cresceu 8,7% em número de visitantes na comparação com 2019

Corredores movimentados, 565 expositores de 40 países, teatros de capacitação cheios e muita energia positiva marcaram o encerramento da WTM Latin America 2022. Nos dois primeiros dias de evento, a organização registrou a entrada de 10.725 visitantes, número que representa crescimento de 8,7% na comparação com 2019. “O evento reforça os sinais de um futuro positivo para o turismo, com a perspectiva de fechamento de negócios e muitas reflexões sobre a atividade”, comemora Simon Mayle, diretor da WTM Latin America.

Outra conquista importante foi a grande adesão à plataforma de agendamento, que registrou a marcação antecipada de 6 mil reuniões no decorrer dos três dias de evento. Thaís Del Ben, gerente de Marketing e Comunicação, credita esse resultado a um aprendizado da pandemia. “O latino-americano não tinha o hábito de planejar a agenda antes dos eventos e essa mudança comportamental veio com a participação em eventos virtuais nos últimos dois anos”, pontua. Bianca Pizzolito, gerente de Vendas para o Brasil e a América Latina, acrescenta o ganho que essa mudança comportamental traz para a organização dos fluxos e para a captação de novos negócios, uma das principais premissas do evento.

Nesse sentido, a feira registrou importantes avanços. Um dos mais emblemáticos foi o fechamento de um acordo comercial entre a CVC e a Oktoberfest de Blumenau (SC). A operadora passará a vender ingressos para a maior festa da cerveja das Américas e segunda maior do mundo nas 1.200 lojas próprias e em todas as franqueadas da rede. Nilson Passarin, diretor de Planejamento e Promoção do Turismo da capital brasileira da cerveja comemorou o acordo e o potencial de divulgar os atrativos da cidade para além da festa.

“Tivemos uma visitação muito qualificada durante a WTM e pudemos mostrar os roteiros exclusivos que estamos desenvolvendo. Durante a pandemia, estruturamos a cidade por meio de diversas parcerias público-privadas porque sabíamos que o turismo iria voltar forte”, disse, citando as futuras inaugurações do Museu da Cerveja, do City Tour by Bus e da revitalização de diversas praças que atendem à demanda de moradores e visitantes por desfrutar de momentos de lazer em áreas abertas, entre outras iniciativas.

Minas Gerais também aproveitou o encontro para fazer o pré-lançamento da Via Liberdade, uma rota de 1.179 quilômetros pela BR-040 que une atrativos históricos e culturais do estado com os do Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. “Já temos 70 vivências e roteiros mapeados, além da previsão de capacitações para mostrar atrativos para além das Cidades Históricas, evidenciando sete Patrimônios da Humanidade, entre outros aspectos”, resumiu Milena Pedrosa, secretária adjunta de Turismo de Minas Gerais.

André Dias, secretário de Turismo do Pará, também destacou a importância da WTM para a divulgação do estado e, consequentemente, para a sua economia. “A criação de empregos responsáveis é uma prioridade para que o negócio e a conservação andem lado a lado. Trouxemos ao evento a visão de um estado cada vez mais conectado com a natureza, a gastronomia e o povo”, disse.

 

Programação técnica

O sucesso do evento se estendeu à programação técnica oferecida nos três teatros temáticos. As 55 palestras, painéis e capacitações apresentaram derivações de temas relacionados aos principais pilares desta edição: Diversidade e Inclusão, Turismo Responsável e Tecnologia. “As histórias contadas e os ensinamentos compartilhados comprovam o poder que o turismo tem de impactar positivamente a vida das pessoas, pontua Mayle.

Para Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora da USP, a criação de um comitê e de um espaço dedicado à Diversidade e Inclusão sinalizam uma ousadia que é característica da WTM, além de um alinhamento às tendências. “Pautamos temas que incomodam as pessoas e fazem com que elas pensem. Podemos ser preconceituosos com idade, não enxergar questões de acessibilidade, a inclusão de surdos e de quem tem deficiência intelectual mas, ao divulgar um Manifesto e oferecer um espaço de debate tão privilegiado, a gente planta uma semente com a meta de naturalizar esses assuntos. Quem sabe, daqui a dez anos, a gente não precise mais discutir isso”, pontua.

Gustavo Pinto, conselheiro para Turismo Responsável do evento, também comemorou a estreia de sucesso de um teatro dedicado ao tema. “Tivemos casa cheia todos os dias, muitas vezes para além da capacidade do auditório, e todos os painéis tiveram interação com o público. Percebemos que o agente de viagens volta desse período de crise pandêmica muito interessado no tema de desenvolvimento sustentável”, finaliza.

Temas atuais e urgentes foram debatidos nos três espaços, a começar pela reflexão relacionada às carreiras criativas. Juliana Aranega, diretora de Comunidades Corporativas MCI Brasil; Carolina Yamauti, da Sputnik Educação Corporativa; e Mariana Aldrigui apontaram diversos caminhos possíveis dentro da indústria turística, contanto que se esteja atento a pontos como: a promoção da inclusão nos diversos setores, a construção de um repertório “fora da caixa” e a criação de vínculos verdadeiros. “Fazer mais do que o combinado é de extrema importância para qualquer setor”, defende Juliana.

Já o tema “Famílias e Diversidade” foi explorado por Clóvis Casemiro e Ricardo Gomes, respectivamente executivo comercial e presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil; Renato Braga, executivo de contas da Amadeus Brasil; e Vânia Cabral, diretora da Cabral Expeditions. Os participantes compartilharam situações de preconceito vividos em viagens e o trabalho realizado para quebrar esse paradigma, clamando pela urgência no treinamento e compartilhamento de boas-práticas em atendimento. “O público LGBTQIA+ não quer ser tratado melhor que ninguém, apenas ser respeitado”, aponta Vânia.

 

Tecnologia e oportunidades

“Pix é um caminho sem volta”, alertou Riva Oliveira, gerente sênior de aquisição do Mercado Pago, na palestra sobre o que o Turismo pode (e deve) aprender com o mundo digital. O executivo mostrou dados e as vantagens do modal de pagamento digital que tem conquistado o consumidor brasileiro. “As pessoas estão cada vez mais confortáveis em utilizar o Pix e, em breve, as instituições financeiras devem começar a premiar quem o utiliza, porque é muito mais barato do que débito ou crédito”, explicou.

Ainda no Teatro de Tecnologia, Cynthia Michels, economista, comunicadora e fundadora do Grupo Vale do Silício, falou sobre Inovação e Criatividade na Era Digital. A pesquisadora social contou sobre sua imersão e o que aprendeu com a experiência. Ao contrário do que muitos pensam, o local que sedia gigantes tecnológicos como Google, Uber, Amazon, é um ambiente muito colaborativo, no qual as pessoas não têm medo de perguntar e de errar, já que isso faz parte do processo de aprendizado. Ela salientou que a tecnologia é importante, mas que não se deve ter medo de ficar para trás. “Temos que ter uma boa relação com a tecnologia que está aqui para facilitar a vida e prestar serviço sem nunca perder a capacidade de se conectar olho a olho”, finalizou.

Divulgação: ComunicaHub

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